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quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Salvador vive um caos no transporte público urbano

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Ônibus velhos, serviço precarizado e poucas linhas para atender as localidades da cidade com uma das passagens mais caras do Brasil. Na região Nordeste Salvador é a capital com a maior tarifa, custando R$ 4,90.

Danilo Boa Morte | Salvador 


SOCIEDADE – O ex-prefeito ACM Neto (União Brasil), que tentou sem êxito o cargo de governador da Bahia, prometeu que até o final de sua gestão na prefeitura de Salvador toda a frota estaria renovada contando com ar-condicionado. A realidade hoje passa longe do que foi jurado, depois de 8 anos de mandato e sua continuidade com o atual prefeito Bruno Reis (União Brasil), vemos uma frota de maioria de ônibus sucateados, insuficientes para abarcar a demanda da população, que nos horários de pico espremem-se para chegar na escola, no trabalho e etc.

Uma das ações que deveriam melhorar o aspecto da locomoção na cidade foi o BRT (do inglês Bus Rapid Transit), um sistema de ônibus com vias exclusivas por viadutos que ligaria a região do Iguatemi/Rodoviária à Estação da Lapa, no centro da cidade. BRT esse que é uma das obras mais desnecessárias do país, já que a cidade possuia diversas linhas que faziam o mesmo trajeto do modal, além do metrô que também já realiza a ligação com a Estação da Lapa, principal estação intermodal da cidade. Fora isso, a obra promove mais engarrafamento na localidade, um dos problemas que o sistema deveria sanar. Só o primeiro pequeno trecho custou aos cofres públicos R$ 283 milhões, porém mesmo com todo dinheiro investido não houve retorno, visto que a população não aderiu a esse transporte devido não haver a necessidade de usá-lo.

Para diminuir os prejuízos a prefeitura agora joga nas costas do povo o problema de seu mal planejamento, cortando e encurtando linhas de ônibus para forçar a população a utilizar o BRT. Isso impacta muito a vida dos trabalhadores, que são obrigados a fazer a baldeação e ter menos linhas em seus bairros. O novo sistema de transporte então torna-se não uma alternativa, mas sim uma nova dificuldade na cidade.

Ameaça de aumento da tarifa desrespeita trabalhadores soteropolitanos

Ao mesmo tempo que promove esses cortes nas linhas de ônibus, a prefeitura de Salvador vem estudado internamente sobre uma nova tarifa. Fabrízzio Muller, Secretário Municipal De Mobilidade, declarou: “Esse estudo está sendo fechado, para que a gente possa apresentar uma tarifa definitiva”. É possível perceber por todas as entrevistas, que tanto o secretário quanto o prefeito vêm escondido o valor real da nova tarifa, pois sabem que a população enxerga a contradição de usar um transporte público precário e pagar uma passagem caríssima. Têm medo da revolta da população, junto ao fato de que em 2024 ocorrerão as eleições municipais e que o valor da tarifa é fator decisivo de popularidade para uma reeleição.

É de extrema importância nesse momento fortalecer a luta contra o aumento da passagem e pelo passe livre estudantil, como ocorreu em 2002 na chamada Revolta do Buzu, onde os estudantes durante semanas interditaram as principais vias de Salvador contra o aumento da passagem, reivindicação que foi conquistada.

Não é possível obtermos um transporte público de qualidade quando os empresários burgueses que administram o sistema só pensam em lucrar, inclusive hoje não há transparência na lucratividades das linhas onde a população se aperta para conseguir chegar aos seus destinos. Por isso é tarefa da Unidade Popular junto aos movimentos sociais construírem a luta pelo transporte público, estatizado, gratuito e de qualidade.

Por um transporte público, gratuito e de qualidade! Vamos à luta!

 

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