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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

A luta LGBTIA+ é uma luta da classe trabalhadora

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A população LGBTIA+ é vítima da exploração capitalista, devemos unir a luta deste segmento com as lutas do conjunto da classe trabalhadora. 

Gabe Falci | Rio de Janeiro


LUTA POPULAR – A pauta da comunidade LGBTIA+ constantemente sofre tentativas de ser tomada pelo liberalismo, de forma que não colocam perspectiva para além de lutar pela garantia dos direitos civis (como o casamento), e os discursos que são feitos reduzem, de forma rasa, à luta pelo “direito de amar”, quando deveria ser pelo fim da exploração capitalista, que lucra com a opressão sistemática desta população. 

Segundo uma pesquisa de 2017, da Rede Nacional de Pessoas Trans no Brasil, 82% das pessoas trans abandonam o ensino médio entre os 14 e 18 anos. Outro estudo, publicado no ano passado pelo GGB, mostra que 242 pessoas LGBTIA+ foram assassinadas no Brasil em 2022, além de 14 pessoas mortas por suicídio. A média é de uma morte a cada 34 horas. Desse total, segundo o GGB, 111 foram de pessoas trans. Estima-se que 42% da população Trans já tentou suicídio.

Recentemente, um relatório chamado “Transexualidades e Saúde Pública no Brasil”, do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT, revelou que 85,7% dos homens trans já pensaram ou tentaram cometer suicídio. 

Após analisar esses dados, podemos dizer que na verdade a luta LGBTIA+ é por uma educação pública de qualidade, por permanência estudantil, contra a evasão escolar, pelo fim da violência e discriminação, por saúde mental e prevenção do suicídio, por moradia digna, contra o trabalho infantil e a prostituição na adolescência, por emprego e salário justo, por cotas nas universidades e em concursos públicos, por saúde pública, entre várias outras coisas, a luta LGBTIA+ é a luta pelo fim do capitalismo. 

Movimento LGBTIA+ durante a Ditadura Militar Facista 

Contudo, a pauta LGBTIA+ não esteve sempre tomada pelo liberalismo. Na verdade, o movimento LGBTIA+ é historicamente um movimento de muita combatividade e resistência. Durante a Ditadura Militar Fascista do Brasil, surgiram diversas organizações em defesa dos direitos da comunidade LGBTIA+. Dentre elas as que tiveram mais destaque foram o grupo SOMOS, que nasceu em 1978, e o Grupo de Ação Lésbico Feminista (GALF), que nasceu inicialmente através de uma vertente do SOMOS e posteriormente se torna um movimento separado. 

Nesse período, apesar da repressão, o movimento LGBTIA+ se manteve presente em resistência, não apenas lutando por reivindicações em defesa da comunidade, mas também na luta contra a ditadura ao lado dos operários. O grupo SOMOS esteve presente no histórico ato do dia 1° de Maio de 1980, em apoio à greve geral dos trabalhadores do ABC, puxada pelos metalúrgicos, e contra a discriminação dos trabalhadores e trabalhadoras homossexuais. 

Posteriormente, no dia 13 de junho de 1980, eles realizaram uma manifestação em frente ao Theatro Municipal de São Paulo, contra a violência policial que tinha como alvo gays, lésbicas, bissexuais e pessoas trans e travestis. 

A partir disso, fica claro que a luta da população LGBTIA+ sempre existiu, e resistiu durante o período mais repressivo. Nós precisamos resgatar o caráter combativo da luta pelos direitos LGBTIA+, unificar com a luta do conjunto da classe trabalhadora e apontar que essa luta precisa ser contra o capitalismo, pois o socialismo é a única saída para os problemas da classe trabalhadora LGBTIA+. 

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