Thaís Rachel | Diretora da UNE e militante da UJR
Entre os dias 26 e 28 de setembro, aconteceram as eleições do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (DCE Mario Prata). Três chapas estavam na disputa: Chapa 1 – “Nós na UFRJ: Ousadia para Avançar”, composta pela UJR, Correnteza, UJC e estudantes independentes, Chapa 2 – “Oposição Pra Virar Essa Maré”, ligada à UJS/PCdoB, PT, PDT e Levante; Chapa 4 – “Pra UFRJ Respirar Luta”, de correntes do PSOL (RUA, Juntos e Afronte).
Com grande participação dos estudantes na votação, a Chapa 1 foi eleita com 3.777 votos, representando 55,1% da votação. Pela primeira vez, participaram da eleição estudantes da modalidade semipresencial da universidade, que fazem parte do Consórcio Cederj.
A campanha foi marcada pelo debate sobre os rumos do movimento estudantil na UFRJ e a organização das lutas pela recomposição orçamentária, pela ampliação da assistência estudantil e pelo bilhete único intermunicipal. “O DCE Mario Prata é uma entidade fundamental para a juventude brasileira. Nos últimos anos, a gente construiu lutas em defesa da educação que começaram na UFRJ e influenciaram mobilizações em nível estadual e nacional. Isso só foi possível porque tocamos uma gestão que intervém nos problemas locais dos cursos, que se aproxima das demandas específicas, construindo lutas com os Centros Acadêmicos e conquistando os estudantes para lutar pelos nossos direitos”, afirma Giovanna Almeida, estudante da Faculdade Nacional de Direito (FND) e militante do Correnteza.
A oposição, sem propostas para apresentar aos estudantes, fez uma intensa campanha de fake news, espalhando mentiras sobre a gestão atual do DCE e seus membros. Os resultados das urnas comprovam que o corpo discente da universidade rechaçou esses ataques e depositou sua confiança no projeto que há vários anos luta em defesa dos seus direitos. A Chapa 2 obteve 1.718 votos (25,1%) e a Chapa 4, 1.358 votos (19,8%).
Essa será a terceira gestão consecutiva da entidade coordenada pelo Movimento Correnteza e a UJR. Para Camile Gonçalves, estudante de Engenharia Civil e conselheira universitária, “as pessoas associam um movimento ficar muito tempo em alguma entidade com falta de renovação, mas não é assim. Eu ingressei na faculdade anos depois do Correnteza começar o trabalho, mas vi no movimento uma possibilidade de mudar meu curso. Assim acontece com muitas pessoas e, a partir disso, o próprio movimento se renova”.
A nova diretoria do DCE tem muitos desafios neste próximo ano de gestão: a construção do 2º Congresso Estudantil da UFRJ, a luta pela mudança da política econômica do governo, que estrangula o orçamento das universidades públicas, e a mobilização para que a Reitoria implemente as conquistas estudantis, especialmente a inauguração do novo restaurante universitário localizado no Centro de Tecnologia.
Matéria publicada na edição nº 280 do Jornal A Verdade.