Thalia Lima | São Luís (MA)
No último dia 28 de setembro, estudantes da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) decidiram ocupar a Reitoria da universidade, fruto de mais de uma semana de mobilização. As reivindicações são: estrutura básica de higiene, como papel higiênico e álcool em gel; melhores condições do restaurante universitário, que recentemente serviu carne podre e comidas com larvas para os estudantes, e falta de higienização dos talheres e bandejas; melhorias nas casas de estudantes, que se encontram com suas estruturas precárias e com café da manhã que chega vencido, falta de segurança, falta de acessibilidade para moradores PCDs, eletrodomésticos velhos e com problemas. Reivindicam ainda creche universitária, fraldário e sala de amamentação para as mães estudantes. Os estudantes pontuam também que o número de linhas de ônibus no campus é insuficiente e gera superlotação diariamente.
A Reitoria, comandado pelo reitor Natalino Salgado, vem sendo negligente e autoritária, demonstrando sua verdadeira face reacionária, uma vez que não escuta os estudantes e mente em postagens no Instagram, dizendo que os estudantes foram ouvidos.
Segundo um documento acessado pelos estudantes, a Reitoria gasta mais de R$ 7 milhões em cafezinhos, mostrando que a real preocupação de quem administra é “viver no bem bom”, enquanto os estudantes residentes, por exemplo, sofrem sem comida nos finais de semana.
Para Ágata Lakshmi, estudante de Artes Visuais e moradora da residência universitária, “a ocupação dos estudantes da UFMA representa a indignação dos discentes com a gestão negligente, que segue, há anos, tratando a universidade e as políticas de permanência estudantil com total descaso. Ocupamos e resistimos por uma UFMA que garanta os direitos básicos de todos, não recuaremos até o reitor aceitar nossas demandas e assinar o termo de compromisso. E completa: “nós, da Casa de Estudante do Campus Dom Delgado, Vila Bacanga, estamos presentes na ocupação trazendo as demandas da casa e engrossando o grito das demais pautas de urgência que a universidade apresenta”.
Não só na UFMA, mas em diversas universidades do país, os problemas de estrutura e infraestrutura vêm tendo cada vez mais visibilidade com denúncias como essas.
A ocupação é uma demonstração de que os estudantes não vão cair no imobilismo, e sim lutar por uma educação pública, gratuita e de qualidade! Que não aceitarão a precarização imposta pelo neoliberalismo, cujo política é de sucateamento e precarização das universidades públicas!
Viva a luta do movimento estudantil! E que cada ocupação, cada greve, seja um grito de revolta e de luta!
Matéria publicada na edição nº 280 do Jornal A Verdade.