Movimento Olga Benario (RN)
O 1° Encontro de Mulheres da Comunidade Universitária (EMU) da UFRN aconteceu nos dias 06 e 07 de outubro e teve início com uma grande marcha para denunciar o assédio e a violência. As mulheres caminharam pelo campus universitário, agitando e panfletando para as estudantes e as trabalhadoras. Logo depois, no período da tarde, aconteceu a mesa de abertura, que contou com a saudação de vários movimentos e, logo em seguida, a mesa de análise da situação das mulheres no Estado do Rio Grande do Norte. No período da noite, foi organizada uma cultural feminista em que artistas mulheres trouxeram Hip Hop, mostra de capoeira e artesanato.
O evento contou com um espaço infantil, o Espaço Acolher e Brincar, para que as mães participantes deixassem seus filhos seguros sob supervisão de pedagogas e monitores voluntários e, assim, participassem despreocupadas de todas as atividades do EMU.
De acordo com Maria Luiza Rodrigues, uma das mães universitárias que participou do evento e utilizou o espaço infantil, “esse espaço para as crianças conseguiu permitir que não só eu, mas outras mães pudessem participar deste encontro, debater política de permanência das mulheres. E sabendo que minha filha esteve em boas mãos”.
Durante o segundo dia do encontro, foram divididos os grupos de trabalho para debater os aspectos da vida das mulheres: mulheres trabalhadoras; mulheres na ciência; violência contra mulher; mulher e maternidade e mulheres negras.
Os grupos foram definidos com base nos principais desafios que as mulheres enfrentam atualmente na universidade: não há fraldários nos campi e o auxílio creche é insuficiente; muitas trabalhadoras enfrentam assédio sexual e moral no trabalho; muitas estudantes convivem com seus assediadores em sala de aula e as mulheres são minoria nos cursos de exatas; não há políticas de permanência para as estudantes.
Kivia Moreira, coordenadora do Movimento de Mulheres Olga Benario, afirmou que “ao falarmos com, pelo menos, três mil mulheres sobre o encontro, nas passagens em sala, departamentos, conseguimos também mostrar a política necessária para as permanências das estudantes e trabalhadoras nas universidades. Queremos não somente entrar, mas permanecer. E a construção e a realização deste encontro demonstra que as vozes das mulheres não se calarão diante do machismo. Continuaremos em resistência e luta!”.
O 1° Encontro de Mulheres da Comunidade Universitária definiu cinco bandeiras de luta para o próximo período nas universidades do Rio Grande do Norte:
- Lutar pela vida das mulheres, pelo direito à educação e emancipação das mulheres em todo o estado; pelo fim da desigualdade salarial e das reformas fascistas.
- Realizar campanha de luta pelas creches e pelos auxílios de permanência nas instituições.
- Fazer campanha pela construção de comitês de investigação de denúncias de assédio dentro das universidades.
- Organizar as mulheres trabalhadoras da comunidade universitária por mais concursos públicos e por mais espaço nos cargos de direção.
- Intensificar a organização das mulheres universitárias na construção de uma sociedade justa e igualitária, livre de opressão às mulheres, uma sociedade socialista.
Matéria publicada na edição nº 282 do Jornal A Verdade