Coordenação Nacional do Movimento de Mulheres Olga Benario
“Sem teoria revolucionária não há movimento revolucionário”. Escritas há mais de cem anos por Lênin, essas palavras estão cada vez mais atuais, especialmente pelo momento de profunda confusão teórica no movimento socialista. Ela é ainda mais aguda quando tratamos a terrível opressão vivida pelas mulheres. Conhecer as contradições causadas pelo sistema capitalista, agravadas pelo patriarcado, é tarefa de todos nós, militantes revolucionários. O Movimento de Mulheres Olga Benario, percebendo a necessidade de orientar o conjunto de nossa militância e não fugir dos embates teóricos de nossa época, lançou seu primeiro Caderno de Formação Marxista: A revolução e a emancipação da mulher, que contempla uma série de textos escritos por revolucionárias como Clara Zetkin, Alexandra Kollontai, entre outras.
Como entender e lutar por uma revolução que contemple a maioria sem compreender em profundidade o papel da mulher? É impossível negar o fato de que as mulheres representam mais de 50% da classe trabalhadora e, sem elas, nenhuma revolução socialista é realizável.
Compreender como a exploração e a opressão de gênero na sociedade de classes ocorrem é parte da formação ideológica de qualquer militante que busca uma Revolução. É o único caminho acertado para tomar consciência do seu papel como parte essencial da organização política de mulheres da classe trabalhadora. Tal tarefa é cheia de desafios, pois nos desdobramos com o trabalho profissional e os cuidados com a casa e a família, ou seja, nosso tempo é bastante comprometido na sociedade capitalista.
Somos mais exploradas e excluídas dos espaços de poder. Por isso, devemos (mulheres e homens) travar uma profunda luta teórica, que deverá combater o machismo e o patriarcado, mas também os desvios direitistas e esquerdistas, que afastam as mulheres dos objetivos revolucionários.
Adquirir o Caderno de Formação Marxista e estudá-lo, individualmente e nos coletivos, deve ser nossa tarefa de início de ano. A obra disponibiliza documentos que tratam sobre a história da organização feminista, o papel da mulher na luta antifascista, as diferenças entre o feminismo marxista e os demais. São verdadeiras armas para o combate contra os patrões e seus governos.
Por isso, convocamos cada militante ao aprofundamento de seus estudos, avançando sua compreensão e dando respostas consequentes à luta contra o capitalismo. Concordamos, assim, com a camarada Angela Davis, ao afirmar: “recrutar mulheres trabalhadoras para lutar junto com seus camaradas masculinos pela total eliminação do sistema capitalista”. Viva a luta das mulheres socialistas!
Matéria publicada na edição nº 285 do Jornal A Verdade