Grêmio e DCE do IFPE realizam assembleia estudantil sobre a greve

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O Grêmio Livre Breno Roberto junto ao Diretório Central dos Estudantes do IFPE realizaram uma assembleia extraordinária para explicar sobre a greve, os motivos e o funcionamento do campus. Além disso, foi discutida a representação dos estudantes no Comando de Greve.

Jesse Lisboa | Redação PE


EDUCAÇÃO – A comunidade estudantil do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), Campus Recife, se mobilizou em uma assembleia no dia 15 de abril, liderada pelo Grêmio Estudantil e pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE). A reunião teve como objetivo discutir e encaminhar as demandas dos estudantes frente às recentes mobilizações.

No dia 16 de abril, o movimento estudantil dará um passo adiante, levando as reivindicações para a assembleia do comando de greve. Duas sessões foram programadas, uma pela manhã e outra pela tarde, ressaltando a importância da participação de toda a comunidade acadêmica.

No fim do mês de março deflagrou-se a greve dos técnicos administrativos e docentes do campus, oficializando-a a partir do dia 03/04. Nesta segunda-feira (15/04), foi realizada uma assembleia aberta aos estudantes, pais e membros da comunidade acadêmica. Uma assembleia encabeçada pelo Grêmio e pelo DCE.

“A assembleia foi muito produtiva. Houveram muitas propostas importantes de pautas para levarmos para o comando de greve. Nossa proposta inicial é juntarmos os movimentos estudantis ao comando de greve, para assim, acelerarmos a resolução das nossas necessidades, atuais e antigas: como o nosso refeitório, uma creche para os filhos das estudantes mães, a renovação dos equipamentos (data shows, computadores e ar condicionados por exemplo), estas são apenas algumas das lutas que estamos abraçando e representando para uma melhor comunidade acadêmica para todos.”, declara Erick, representante do DCE do IFPE.

Mobilização estudantil

Além da representação estudantil, as mães dos estudantes estiveram presentes na assembleia sobre a greve no IFPE.
Além da representação estudantil, as mães dos estudantes estiveram presentes na assembleia. Foto: JAV/PE

As principais demandas levantadas pelos estudantes incluem o esclarecimento sobre o calendário estudantil e a adoção de medidas para minimizar o impacto da greve no semestre letivo. A greve, iniciada pelos professores, sindicatos administrativos, servidores e docentes, é uma resposta ao sucateamento da educação, que afeta tanto estudantes quanto professores. A falta de recomposição salarial frente ao pedido mínimo de 14% pelos professores, é um dos principais motivos do movimento.

O Restaurante Universitário é a principal pauta do grêmio e do DCE. O auxílio financeiro de 200 reais é considerado insuficiente para atender às necessidades dos alunos. Além disso, a reforma do novo ensino médio e a falta de suporte para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) são apontados como motivos adicionais para a greve.

“A luta da classe trabalhadora é de extrema importância, pois, nesse momento em que estamos vivendo, ao invés de mais investimentos para a educação, estamos sofrendo cada vez mais sucateamento. O que nos faz ver o quão importante é a unificação da luta estudantil com a luta trabalhadora, e nós temos pautas em comum, como a melhoria nas infraestruturas dos Institutos Federais, aumento das bolsas de assistência estudantil, revogação do novo ensino médio.”, explica Vitória Gonçalves, presidente do Grêmio Livre Breno Roberto.

A situação no IFPE Campus Recife é mais uma demonstração dos desafios enfrentados pelos Institutos Federais em todo Brasil. Estudantes e professores buscam assegurar a qualidade da educação em meio às dificuldades, falta de orçamento e de valorização da categoria.