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domingo, 22 de dezembro de 2024

RJ: Domínio das milícias na Baixada leva à morte da juventude

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A Baixada Fluminense vive um grande cenário de insegurança fruto da violência das milícias e do narcotráfico na região. Frente a isso, estão sendo realizadas uma série de audiências públicas e mobilizações denunciando o genocídio negro nas periferias e a violência que ameaça a população.

Redação RJ


BRASIL – No mês passado, os estudantes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a população de Seropédica presenciaram na pele o cenário de insegurança que vive a Baixada Fluminense. Em 8 de abril, um confronto armado entre milícias ocorreu a luz do dia no centro da cidade de Seropédica, assassinando um aluno de nossa Universidade e deixando feridas e internadas 2 crianças. (Confira a nota de pesar do Movimento Correnteza na UFRRJ denunciando a violência na Baixada)

É com muita indignação, que dia após dia, os moradores da Baixada, presenciam o cenário da violência das milícias e do narcotráfico na região. Cada vez mais presentes nos holofotes da grande mídia, a violência nas periferias vem se intensificando e assassinando a juventude preta e pobre do país.

A frequência dessas ações criminosas acaba por intimidar a população, que se sente incapaz de reagir frente as forças paramilitares, e também um constante sentimento de normalização dessa violência, uma vez que, embora com medo, a população precisa trabalhar e voltar a “normalidade”.

Mobilizar a juventude periférica contra a violência

Essa política de violência, incentivada pelo governo fascista de Cláudio Castro, coloca em evidência o que é fruto desse sistema falido que é o capitalismo. Sistema que massacra, assassina e encarcera a juventude e que, a cada dia mais, segue sente sendo violentada, cerceada de uma vida de qualidade, impedida de um horizonte real de prosperidade. A fim de isolar a juventude, impedem o acesso à educação, cultura, qualidade de vida e empregos em nome do lucro de uma minoria que ganha com o nosso sofrimento.

Hoje, infelizmente, falar de permanência na Universidade Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) é falar também sobre manter os estudantes vivos. A Rural é a única universidade no estado do Rio de Janeiro que tem todos os seus campi, inclusive seu campus sede, fora de um centro econômico do estado. A violência que ocorre aqui é efeito direito da insegurança que vive a periferia. Faz-se assim a necessidade fundamental da mobilização da juventude frente às injustiças e inseguranças que sofrem as periferias, construindo uma agenda de lutas e mobilizando os estudantes.

Denúncia da violência na Baixada Fluminense

No dia 12 de abril, os estudantes do Movimento Correnteza, junto a diversas entidades e representações da UFRRJ foram à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), para cobrar e denunciar aos deputados o cenário de insegurança pública que não só estudantes da rural, mas toda a população de Seropédica vive. A audiência pública ficou marcada pela intervenção dos estudantes, denunciando o genocídio negro nas periferias e a violência que ameaça a população de seu direito a qualidade de vida.

Além disso, os estudantes propuseram que fosse realizada outra audiência pública, mas em Seropédica, para que a população – que é quem vive na pele a violência das milícias – pudesse falar e ser ouvida pelos mandatos estaduais e federais. O movimento construiu também um ato junto à população de Seropédica, para pedir paz para o município e para a Baixada Fluminense, cobrando do poder executivo do estado do Rio, que é quem tem responsabilidade sobre a segurança do povo trabalhador e dos estudantes, que algo seja feito.

Apenas com a mobilização do povo, pela construção do poder popular que transformaremos essa realidade. Gabriel GB, diretor da União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro, afirmou na audiência: “Não vai ser na ALERJ, na Câmara dos Vereadores ou na Câmara Federal que vamos resolver o problema das milícias. Vai ser dialogando com o povo, porque se tem alguém que eles têm medo é do povo. O que nós temos do nosso lado é o poder popular, e é isso que devemos investir”.

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