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domingo, 22 de dezembro de 2024

Paraná é o 3º estado com mais casos de racismo no Brasil

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O estado do Paraná alcançou o posto de terceiro estado com mais casos de racismo registrados em 2023. Os boletins de ocorrência totalizam 1.610, com um crescimento de 212% em comparação a 2022.

Gabriela Torres | Paraná


BRASIL – Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados na última quinta-feira (18/7), o Paraná alcançou o posto de terceiro estado brasileiro com mais casos de racismo registrados em 2023. Em comparação com o ano anterior, houve um crescimento de 212% no registro de boletins de ocorrência ligados a esse crime, que chegaram a 1.610 no estado sulista.

Entre os estados que compõem o país, o Paraná ficou atrás apenas do Rio Grande do Sul, que registrou 2.857 notificações de racismo, e de São Paulo, onde 2.304 queixas foram realizadas. O aumento nos boletins de ocorrência que denunciaram essa conduta criminosa foi um fenômeno nacional: eles chegaram a 11.610 casos formalizados só no último ano, um aumento de 77,9%.

Estima-se que os números oficiais compilados por pesquisas como o Anuário ainda não representem com veracidade a quantidade de violências raciais que ocorrem no estado. Casos em que o racismo ou a injúria racial são praticados por autoridades ou forças policiais ainda são pouco formalizados. Além disso, a prática do racismo ainda é normalizada em diversos contextos da sociedade, devido a seu caráter estrutural. No entanto, o aumento dos registros demonstra a influência da luta histórica dos movimentos negros nas ideias da sociedade, que estão em constante disputa.

O aumento dos casos de violência registrados também possui uma relação direta com o perfil do povo paranaense. O Paraná é o estado com maior percentual de negros da região Sul do país: 30% de seus habitantes se autodeclaram pretos e pardos, chegando a quase um terço da população.

De acordo com uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, 72% dos homicídios no país foram cometidos contra pessoas negras. Além disso, a população preta e parda representa 67,5% dos encarcerados nos presídios do país.

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