Entre os dias 26 e 28 de julho, aconteceu o 1º Encontro Internacional da Unidade Popular (UP), reunindo militantes que estão organizados e atuando em Portugal, França, Alemanha, Áustria e Polônia. O partido se organiza para se somar às lutas mais urgentes do trabalho internacional com base no internacionalismo proletário.
Gustavo Partel e Marcos Vinícius dos Santos | Áustria
Aconteceu, entre os dias 26 e 28 de julho, na pequena cidade de Weißenbach am Attersee, Áustria, o 1º Encontro Internacional da Unidade Popular (UP), reunindo militantes que estão organizados e atuando em Portugal, França, Alemanha, Áustria e Polônia. O evento ocorreu durante o acampamento anual da juventude da DIDF (Federação Democrática de Associações de Trabalhadores).
A DIDF, federação combativa que representa, desde 1980, diversas associações de trabalhadores e organiza trabalhadores migrantes junto com a classe trabalhadora local nos países onde atua, recebeu os membros da UP na Europa durante a realização de seu acampamento da juventude.
“A DIDF atua com base em mais de 50 anos de experiência de organização de trabalhadores turcos em países como Alemanha, Áustria, Suíça, Holanda, França e Inglaterra, apoiando suas lutas por direitos democráticos, melhores condições de vida, trabalho digno e integração nas comunidades locais. Sua origem se dá a partir de uma necessidade de representar e organizar o grande número de trabalhadores turcos que imigraram legalmente para os países ricos da Europa que superexploram sua força de trabalho. Hoje, a organização tem uma atuação intergeracional, internacionalista e multicultural, como evidenciado pelo seu encontro – no qual se reuniram cerca de 400 jovens associados”, explicou um membro da coordenação do evento.
Para a UP, o trabalho da DIDF é uma referência de como organizar militantes no exterior, já que a realidade vivida pelos migrantes turcos se assemelha, em muitos aspectos, às condições e desafios encontrados pelos migrantes brasileiros: racismo, xenofobia, precarização do trabalho e as difíceis condições de habitação, assim como obstáculos à sua regularização. Desde as eleições presidenciais de 2022, muitos brasileiros vêm procurando a UP para se organizar. Hoje, são dezenas espalhados em vários países da Europa. Atualmente, existem quatro núcleos atuando na região e que se reúnem quinzenalmente – dois em Portugal (Lisboa e Porto), um na França e outro que reúne os militantes da Alemanha, Áustria e Polônia.
No encontro, os núcleos internacionais da Unidade Popular (UP) estudaram textos marxistas, analisaram a conjuntura internacional e o acirramento da luta de classes que se estabelece de diferentes maneiras nos diversos países. O partido se organiza para se somar às lutas mais urgentes do trabalho internacional com base no internacionalismo proletário.
É um momento importante para maior articulação do trabalho da UP com o crescimento das greves operárias em todo o território europeu e as manifestações dos povos, como os atos em defesa da Palestina e contra o genocídio que o Estado de Israel comete no momento atual. Soma-se a isso o recente fracasso da direita e da extrema-direita na França, com a derrota do bloco Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, e da coligação Juntos, de Emmanuel Macron, nas últimas eleições do país (como evidencia o artigo “A classe operária é insubmissa!”, publicado na edição nº 295 do jornal A Verdade). A análise mostra que as massas trabalhadoras da Europa não apoiam o fascismo!
Dando continuidade às teses de Georgi Dimitrov em “A unidade operária contra o fascismo” (1935), e inspirados pela atuação da DIDF enquanto organização da classe trabalhadora multinacional, os militantes internacionais da UP se propõem a desenvolver e expandir seus núcleos locais e se articular pela formação de uma frente única com movimentos e organizações antifascistas e populares em cada contexto onde atua. Além disso, assumiram a missão de atuar nas lutas existentes, aproximando-se dos trabalhadores, construindo uma relação de confiança e organizando cada vez mais migrantes brasileiros.
Matéria publicada na edição nº 296 do Jornal A Verdade