Os funcionários dos Correios estiveram em greve entre os dias 7 e 22 do último mês de agosto. Sua paralisação conquistou importantes vitórias, como aumentos salariais e reajustes nos vales, e deve dar força à luta contra o projeto de privatização da empresa estatal
Redação
Trabalhadores e trabalhadoras da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafo (ECT) saíram vitoriosos da greve nacional realizada no mês de agosto, que teve, no último dia 16 de setembro, a assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) para o biênio 2024-2025. Os correios são a empresa estatal mais antiga do país, mais interiorizada e com maior quantidade de servidores.
O movimento grevista teve início no dia 07 e durou até o dia 22 de agosto. A categoria reivindicava reajuste salarial imediato, melhorias nos benefícios, reajuste nas funções, redução do custeio do plano de saúde e a realização de concurso público para suprir a falta de pessoal. Todas, pautas históricas da categoria, que já motivaram greves anteriores. O último concurso público, por exemplo, aconteceu em 2011, o que traz consequências para a qualidade do serviço prestado, sobrecarregando os trabalhadores.
Com uma forte mobilização nesta campanha salarial, foram realizadas 16 negociações, diversas assembleias pelo país, reuniões de mediação no Tribunal Superior do Trabalho (TST) e três encontros para a correção das cláusulas do ACT.
Entre as principais conquistas econômicas da greve, estão:
– Reajuste linear de R$ 260,00, garantindo o mínimo de 4,11%, o que representa para categoria um reajuste entre 10,70% para os salários mais baixos e o mínimo de 4,11% no INPC de 4,06% em janeiro (segue tabela DIEESE);
– 70% de gratificação de férias;
– Reajuste de 4,11% nos Benefícios;
– Vale Extra, em dezembro de 2024, de R$ 1.000,00;
– Vale Extra, em janeiro de 2025, de R$ 1.500,00.
No plano político, esta greve dos Correios fortalece a consciência de classe de que só com luta os trabalhadores podem obter vitórias debaixo do capitalismo e ainda mostra que a empresa estatal deve ser defendida da sanha dos capitalistas. Enquanto o Governo Federal não sepultar a proposta de privatização dos Correios, os trabalhadores seguirão em alerta contra o desmonte da empresa.
Matéria publicada na edição nº 299 do jornal A Verdade