Israel intensificou seu projeto de expansão no Oriente Médio contra os povos árabes, iniciando uma série de ataques devastadores no Líbano que resultaram em mais de mil mortos e milhares de feridos.
Jesse Lisboa | Redação
INTERNACIONAL – O Governo de Israel resolveu abrir novas frentes de ataques contra os povos árabes para consolidar seu projeto de expansão no Oriente Médio. A nova campanha terrorista se iniciou com ataques em 18 de setembro com “pagers explosivos”, que são dispositivos utilizados em hospitais libaneses para comunicação. Detonados em várias localidades, incluindo a capital, Beirute, esses dispositivos, infiltrados por meio da agência de espionagem sionista Mossad, causaram explosões que deixaram centenas de feridos, muitos com membros amputados e cegueira permanente. No dia seguinte, mais ataques, agora com “walkie talkies explosivos”, repetindo a mesma tática terrorista.
Até o fechamento desta edição, Israel já tinha assassinado mais de 1 mil pessoas e ferido outras 6 mil, de acordo com o Ministério da Saúde do Líbano. O governo libanês afirma ainda que 1 milhão de pessoas (um quinto da população) já deixaram suas casas.
Só no dia 23/09, quando lançou uma série de ataques aéreos no Sul do Líbano, foram cerca de 550 mortes. Na noite do domingo, dia 29/09, foram mais de 100 mortos, com quase 400 feriados, em diversas cidades, incluindo Beirute, em uma de suas áreas centrais mais movimentadas, atingindo prédios residenciais e comercias. Bombas também atingiram hospitais, e o sistema de saúde entrou colapso.
Dois adolescentes brasileiros, que residiam no Líbano, foram assassinados pelos bombardeios israelenses: Mirna Raef Nasser, de 16 anos, e Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, que foi morto junto de seu pai, Haj Kamal Abdallah, de nacionalidade paraguaia. A maior comunidade de brasileiros vivendo no Oriente Médio está no Líbano. Ao todo, 21 mil brasileiros vivem no país. A imigração libanesa no Brasil também é forte. Estima-se que mais 3 milhões de libaneses ou descendentes de libaneses vivam no nosso país.
Por sua vez, o governo brasileiro ainda se posiciona de maneira branda e não rompeu suas relações diplomáticas e econômicas com Israel.
Histórico
Entre 1982 e 2000, Israel ocupou uma grande parcela do território libanês. Naquela época, o objetivo dos militares sionistas era tentar expandir seu território, no entanto, foram expulsos após uma aguerrida resistência da população libanesa, que, de armas na mão, expulsaram os soldados imperialistas.
Depois disso, Israel atacou o Líbano por terra em três ocasiões, 2006, 2009 e 2011. Em todas, não conseguiu estabelecer uma ocupação permanente, mas na campanha militar de 2006 matou mais de 10 mil libaneses. O motivo de Israel atacar tantas vezes o Líbano é garantir uma expansão de seu território rumo às riquezas naturais do país árabe e quebrar a disposição de luta e solidariedade dos libaneses com o povo palestino.
Israel usa o Hamas como desculpa para seus ataques na Faixa de Gaza e faz o mesmo com o Hezbollah (partido político libanês que também atua como resistência armada no Sul e no Leste do Líbano) para disfarçar seus interesses imperialistas. O objetivo não é “combater o terrorismo”, nunca foi.
Agora, com o objetivo de promover uma ampla escalada armamentista no Oriente Médio, uma nova guerra contra o Líbano está cada vez mais perto. Enquanto isso, o governo do sanguinário Benjamin Netanyahu recebeu, só em agosto, mais de US$ 20 bilhões em armas dos EUA. Os outros países ricos continuam a se omitir diante desses novos massacres.
Ataques ao Iêmen
Também no dia 29/09, o Governo de Israel bombardeou as cidades portuárias de Ras Issa e Hodeidah, matando pessoas e destruindo infraestruturas dos portos e uma usina de energia elétrica, deixando milhares de habitantes sem luz. O país fica a mais de 2 mil km da fronteira de Israel e foi atacado porque seu povo defende a causa palestina e também possui grupos de resistência armada às ações de anexação dos sionistas no Oriente Médio.
A solidariedade com o povo palestino e o povo libanês são uma das principais questões da luta anti-imperialista no mundo hoje. O regime sionista e autoritário de Israel nada tem a oferecer ao seu povo e aos demais povos da região, a não ser a submissão ao imperialismo norte-americano e europeu. A luta pela libertação da Palestina, contra a guerra no Líbano e no Iêmen é uma necessidade dos povos do mundo.
Matéria publicada na edição impressa nº300 do jornal A Verdade