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quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Israel submete palestinos à miséria extrema

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Relatórios da ONU revelam que 96% da população de Gaza sofre de insegurança alimentar grave e mais de 52 mil palestinos foram mortos desde o início dos ataques. A escalada do conflito levou Gaza à miséria extrema, retrocedendo a economia local em 70 anos.

Redação


INTERNACIONAL – “Enterrei meu filho do lado de fora do hospital. A recompensa por nosso trabalho humanitário foi ter nossas crianças assassinadas diante de nossos olhos e enterrá-las com as próprias mãos.”

Este é o relato do Dr. Abu Hussan Safiyah, diretor do Hospital Kamal Adwan, único que ainda opera no Norte de Gaza. O filho do Dr. Safiyah também era médico e foi assassinado num bombardeio israelense. Nesta região, mais de 90% dos edifícios já foram destruídos e o Exército sionista realiza massacres diários contra os palestinos.

Novos relatórios da ONU e das agências internacionais mostram a amplitude do genocídio em Gaza. O mais novo, divulgado em 22 de outubro, realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), aponta uma escala catastrófica: 96% da população de Gaza está sofrendo de insegurança alimentar grave. A população local é de 2,15 milhões de pessoas, sendo que mais de 52 mil foram assassinadas e há mais de 100 mil feridas. 

Para piorar, o relatório aponta que 67% das terras agricultáveis de Gaza foram destruídas ou danificadas, realidade confirmada pelos milhares de vídeos compartilhados pelos soldados sionistas mostrando a destruição de vilas e aldeias na área rural de Gaza. Ou seja, Israel está, de fato, matando os palestinos de fome. 

E Israel tem uma preferência em assassinar estudantes e professores palestinos. De acordo com o relatório do Pnud, desde o início da guerra, 10.317 estudantes e 416 professores foram mortos pelos ataques israelenses.

Desde o início do genocídio, Israel também colocou 782 mil estudantes sob risco de perderem suas escolas na Cisjordânia ocupada. Hoje, mais de 20% das escolas palestinas na região estão fechadas por conta de ataques de gangues de colonos e do Exército sionista.

Na saúde o cenário é horrível. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, Israel já atacou 500 vezes desde o início do massacre a infraestrutura hospitalar de Gaza. Na Cisjordânia, já foram mais de 600 ataques de colonos israelenses ou das forças militares. Desde a invasão de Gaza pelos genocidas, mais de 300 médicos e profissionais de saúde foram sequestrados e levados para prisões israelenses. 

De acordo com a ONU, desde o início do genocídio, a economia palestina regrediu 70 anos, e 75% da população de Gaza e Cisjordânia somadas se encontra hoje na miséria. Em Gaza esse índice é de 90%.

Israel amplia a guerra

A escala da destruição, no entanto, não conseguiu garantir nenhuma vitória política ou militar pelo regime sionista do ditador Benjamin Netanyahu. Israel não conseguiu colocar fim à resistência palestina e tem visto sua posição ficar cada vez mais isolada no mundo. 

No Líbano, onde a incursão dos sionistas continua no sul do país, os israelenses não conseguiram derrotar o Hezbollah nem dobrar a população libanesa. Mesmo assassinando a maior parte da cúpula do partido político xiita, a resistência armada à invasão continua. 

Até agora, mais de 25% da população libanesa foi forçada a sair de casa, segundo o governo do país, e aldeias no sul do país estão sendo destruídas. Em pouco mais de um mês, Israel assassinou quase 3 mil libaneses e deixou outros milhares feridos. Mesmo assim, o Exército sionista contabiliza baixas cada vez maiores e fica evidente que não vai ser fácil nem rápido para tomar qualquer parte do território libanês. 

Nos dias 25 e 26 de outubro, ocorreu mais um ataque israelense contra o Irã, mas não atingiu nenhum alvo importante no país persa. O regime iraniano anunciou, no dia 02 de novembro, que daria uma “resposta severa”.

Todo esse cenário reforça a necessidade de se continuar e ampliar a campanha global contra o genocídio do povo palestino. A luta pela libertação da Palestina é hoje, como temos afirmado no jornal A Verdade, uma luta pela libertação da humanidade do jugo do imperialismo.

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