Pressionada pela mobilização, Secretaria de Educação assinou termo de compromisso para atender parte das reivindicações dos estudantes. Ocupação da Escola Estadual Dr. Ablas Filho, em Santos (SP), exigiu melhorias na infraestrutura escolar e fim do Novo Ensino Médio
Rebele-se Baixada Santista e Redação SP | Santos (SP)
Nesta terça-feira (19/11), a Escola Estadual Dr. Ablas Filho, em Santos (SP), foi ocupada por seus estudantes, que levantam a bandeira da defesa da educação pública e de melhorias na infraestrutura da escola. A mobilização conta com a participação do grêmio estudantil. Em sua carta de reivindicações, os estudantes exigem a instalação de ar-condicionado, a reforma da quadra poliesportiva, a contratação de mais inspetores, a construção de uma gestão democrática da escola em diálogo com os estudantes, o respeito à autonomia do grêmio e a não-perseguição dos estudantes que estão construindo essa justa luta.
“A gente vem fazendo essas reivindicações há muito tempo, especialmente desde que a atual gestão do grêmio assumiu. A gente mandou três abaixo-assinados para a Secretaria de Educação e não obteve resposta para nenhum deles”, denuncia a estudante Carol, entrevistada pelo jornal A Verdade.
Os estudantes que constroem a ocupação da escola em Santos denunciam que a precarização do ensino público é parte da estratégia do governo fascista de Tarcísio de Freitas e dos empresários da educação para empurrar a proposta “salvadora” de privatização das escolas, garantindo lucros fabulosos para os ricos com mensalidades e taxas para os serviços de escolares.
Entendendo a ligação do cenário de sua escola com a conjuntura de ataques à educação, os estudantes da E. E. Dr. Ablas Filho ressaltam que sua luta também é pela revogação do Novo Ensino Médio, o fim da militarização e plataformização das escolas, o fim dos leilões das escolas para o setor privado e a rejeição da criminosa PEC 9/2024 do governador Tarcísio de Freitas, que busca cortar R$10 bilhões do orçamento da Educação em São Paulo.
“A gente não tá fazendo só pelo Ablas, mas por todas as escolas”, continua a estudante Carol.
PM reprime a luta
Logo pela manhã, em vez de se dispor ao diálogo com os estudantes, o governo de São Paulo enviou diversas viaturas da Polícia Militar para reprimir a mobilização pacífica. Estudantes foram levados à delegacia e spray de pimenta foi lançado contra o rosto dos jovens que estavam presentes. Apesar disso, sob a palavra de ordem “educação não é caso de polícia”, os estudantes seguiram de cabeça erguida e mantiveram a ocupação.
Horas depois, ainda no período da tarde, a opção pela tática combativa de luta se mostrou vitoriosa. Pressionada pela ocupação e pela denúncia da truculência policial, a Secretaria de Educação assinou um termo de compromisso em que se dispõe a atender mais da metade das reivindicações apresentadas pelos estudantes.
Desde o início da jornada de luta, a União da Juventude Rebelião (UJR) e o Movimento Rebele-se na Baixada Santista estiveram presentes na E. E. Dr. Ablas Filho para apoiar a mobilização e denunciar o papel repressor da PM. “Convidamos todo mundo a apoiar a ocupação dos estudantes em defesa dos seus direitos. Lutar não é crime”, afirmou Giovana, militante da UJR.
Com suas ações, os estudantes da Baixada Santista demonstraram na prática que só a luta é capaz de garantir que os interesses da juventude e do povo sejam atendidos e, principalmente, que a Secretaria de Educação pode se dobrar frente às ocupações estudantis. Por isso, a UJR e o Movimento Rebele-se convocam os estudantes a construírem novas ocupações e dar um novo impulso à luta por uma educação democrática e pelo socialismo.