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domingo, 17 de novembro de 2024

Pela vida nós lutamos

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“É possível e é necessário que desenvolvamos momentos de alegria como seres humanos livres que lutam contra a exploração e a opressão da burguesia, inimiga da vida e da humanidade. Pensar que é impossível realizar tal ‘façanha’ já é um sinal que há um problema a ser discutido. Desejamos vida e vida em abundância!”

Alex Feitosa | Natal (RN)


Perdemos uma companheira. Alegre, combativa, cheia de vida e com um profundo sentimento de justiça. Raquel era assim, comprometida com a luta contra a opressão do capitalismo, do racismo e do machismo.

Dedicou sua vida, ainda que breve, com intensidade, à luta da juventude e do povo negro, em particular das mulheres. Seu exemplo nos permite que continue viva em nós e na luta

É preciso, diante de perdas assim, pararmos e refletirmos sobre a vida, e não sobre a morte. Nesses momentos sempre falamos da pessoa, suas qualidades, seus feitos e é justo que assim seja. Reafirmamos que quem partiu continuará vivo em nossas lutas e isso é também verdade.

O sentido da vida é viver, e não a morte, como diz a música de Raul Seixas. Quando uma pessoa tão jovem nos deixa fisicamente devemos nos fazer algumas perguntas: Valorizamos a vida ou a desperdiçamos? Como utilizamos o nosso tempo? Como valorizamos a vida das pessoas, dos nossos companheiros e companheiras com quem convivemos e lutamos? Se nos realizamos através do coletivo, como fazer isso de modo consequente, se temos indiferença e falta empatia com camaradas que dividem trincheira conosco?

Estabelecer verdadeiras práticas de cooperação e solidariedade revolucionária, em que a convivência fortalece e beneficia a todos, é o certo a se fazer. Nos apoiar mutuamente e, através da disciplina e do espírito revolucionário, alicerçar nosso Partido.

Entretanto, há quem diga que viver a vida, ser amigo, é ir a festas regadas a álcool e/ou outras drogas, ou um encontro em mesa de bar.

Mas a verdade é que milhões de pessoas hoje sofrem de adoecimento mental e o álcool e outras drogas são elementos catalisadores desse padecimento. A própria dependência química dessas substâncias configura doença que leva à morte.

Por isso, não se pode subestimar o papel dos militantes, em particular dos dirigentes, no cuidado das pessoas. Não um cuidado de caridade, mas um cuidado para que possamos lutar melhor pela libertação do povo.

A verdade é que precisamos conhecer os nossos companheiros e companheiras, avançar a nossa consciência e a deles conjuntamente, e não permitir que sejamos nós os promotores de circunstâncias que vão, na aparência, ser uma descontração, mas que, depois, têm como consequência a depressão e outros problemas.

É verdade que o sistema capitalista é a causa desses problemas, mas os revolucionários e revolucionárias não podem se deixar manipular por ele e se permitirem a autoalienação, nem por um momento. Os comunistas não podem ser controlados pelas circunstâncias, senão perdem seu caráter revolucionário.

É possível e é necessário que desenvolvamos momentos de alegria (sem entorpecentes) como seres humanos livres que lutam contra a exploração e a opressão da burguesia, inimiga da vida e da humanidade. Pensar que é impossível realizar tal “façanha” já é um sinal que há um problema a ser discutido.

Desejamos vida e vida em abundância!

Raquel Rocha, presente!

Matéria publicada na edição impressa nº 302 do jornal A Verdade

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