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quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

A exploração da juventude ambulante no capitalismo

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Um garoto de 17 anos trabalha de ambulante e passa pelas ruas vendendo produtos domésticos para trazer sustento para sua família. Durante todo o dia, debaixo de um sol escaldante e sem perspectiva de concluir os estudos. Essa é a realidade de mais de 1,6 milhões de jovens inseridos no mercado informal de trabalho.

Pedro Rodrigues | Recife – PE


JUVENTUDE – Na nossa sociedade, os jovens são pressionados a trabalhar desde cedo para garantir sua sobrevivência, e isso é algo que o capitalismo se aproveita, devido a sua baixa experiência e a não qualificação da mão de obra, além da condição de vida, muitas vezes precária. Com a reforma trabalhista, as relações de trabalho se flexibilizaram, retirando diversos direitos, a ponto de ser normal um jovem de 15 ou 16 anos estar trabalhando e não na escola.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, jovens de 16 e 17 anos são hoje 419 mil trabalhando em condições perigosas, e cada vez mais o trabalho é apontado como motivo pelo qual o jovem não está na escola.

José Mario, tem 17 anos, está no 3º ano do ensino médio e trabalha como ambulante vendendo ventiladores pelos bairros de Recife. Ele nos conta um pouco de como o trabalho atrapalha sua vida escolar: ” tem muitas pessoas que não estudam por terem responsabilidades muito cedo, aí tem que lagar [os estudos] e acaba pegando um trabalho que exige muito da pessoa; tem muito sofrimento, tem que ralar muito e o resultado é pequeno; quando acontece algum imprevisto eu tenho que arcar e é muito injusto comigo, o patrão nem quer saber.”

Como o próprio José fala, o estudo é muito importante para a transformação da sua realidade “daria pra ter uma condição melhor de vida, um estudo pode me arranjar um emprego mais justo e uma situação que não seja muito desigual”.

No capitalismo, o modelo que prevalece é o da exploração desenfreada, com a retirada de direitos, redução dos salários, aumento da jornada de trabalho e, principalmente na juventude, isso aumenta também o sofrimento psicológico, que vem sendo uma das maiores causas de doenças incapacitantes.

Para conseguir sobreviver, os jovens da classe trabalhadora precisam estudar e trabalhar ao mesmo tempo, enquanto os filhos das elites, tem garantido o direito ao estudo e emprego garantido antes mesmo de se formar.

Dessa forma, fica escancarado que o capitalismo não tem nada a oferecer para a juventude, a não ser desigualdade, falta de acesso acesso a educação de qualidade, violência policial, trabalhos precários, ansiedade e depressão.

Por isso, a necessidade de organizar a juventude que trabalha é urgente! A juventude periférica está a cada dia mais adoecida, e só lutando por uma sociedade verdadeiramente livre, a sociedade socialista, é que teremos o fim do vestibular, condições de trabalhar e viver dignamente, com acesso à educação, saúde e lazer.

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