Nos dias 16 e 17 de novembro, dezenas de trabalhadoras e trabalhadores de cidades de todo o estado de São Paulo participaram do curso estadual de coordenação de núcleos da Unidade Popular
Amanda Bispo | Executiva Estadual da UP São Paulo
Em clima de muita combatividade e disposição de luta, nos dias 16 e 17 de novembro, a Unidade Popular pelo Socialismo realizou seu 5º Curso para Coordenadores(as) de Núcleo do partido no Estado de São Paulo. A atividade contou com a presença de mais de 70 trabalhadores e trabalhadoras, jovens, mulheres, negras e negros, de 25 diferentes cidades – representando ainda outras 70 cidades de suas regiões no estado. São coordenadores dispostos a estudar e aprender para melhor organizar os núcleos do partido, que devem ser cada vez mais ativos, filiando e lutando e que estejam junto de nossos movimentos sociais propagandeando as ideias do socialismo junto ao jornal A Verdade.
“A realização do curso é essencial porque nós que somos coordenadores cumprimos um papel importante na vida da UP e precisamos estudar e utilizar essa formação para que os núcleos da UP sejam vivos, estejam lutando pelos direitos do povo e fortalecidos na luta pela revolução brasileira”, afirmou Giovanni Costa, 24 anos, morador da cidade de Santos, coordenador do núcleo da zona noroeste da cidade.
A programação começou com a execução da Internacional Comunista e um debate em torno da conjuntura do Brasil e do estado de São Paulo e sobre a tarefa central dos comunistas hoje, que é enfrentar o fascismo e propagandear as ideias do socialismo. Em seguida, debateu-se como devem funcionar os estudos dos núcleos – tanto nas reuniões, quanto individuais para os filiados – e como organizar o cotidiano de cada núcleo. Segundo Tati Bornato, 42 anos, produtora audiovisual e responsável pela comissão de filiação de São Paulo, “nós devemos assumir para nós e cumprir na prática a tarefa de filiar ao milhares. Assim, teremos cada vez melhores condições para enfrentar o fascismo no Brasil e crescer a luta pelo socialismo”.
Organizar as mulheres, principalmente as mães
Com muitas palavras de ordem que animaram o plenário, o segundo dia de curso teve como debate central o desafio da organização das mulheres trabalhadoras. “As mulheres são as mais oprimidas, as mais exploradas e precisamos trabalhar para garantir as condições delas se filiarem e se organizarem nos núcleos de nosso partido. Somente com as mulheres é realmente possível sermos o partido da revolução socialista”, comentou Beatriz Zeballos de 23 anos, moradora do bairro Sapopemba na Zona Leste de São Paulo, trabalhadora do ramo têxtil e responsável pela comissão de núcleos da Capital.
A professora do Ensino Fundamental e coordenadora do núcleo de Suzano da Unidade Popular, Josiely Maria, de 20 anos, reforçou: “Nós precisamos criar as condições em nosso partido para fortalecer as mulheres negras, mães, que sofrem cotidianamente com a violência do estado e a perda de seus filhos”.
O próprio curso contou com uma creche ao longo dos dois dias para garantir que mães e pais presentes no curso pudessem de fato se concentrar enquanto seus filhos estavam em atividades de diversão e estudo. Larissa Rinck, 37 anos, professora e coordenadora do núcleo de Itu, expressou em sua fala: “Para nós, mulheres mães, se organizar não é fácil. É necessária uma organização com antecedência e o acolhimento do partido e dos companheiros de luta para que a gente possa participar”.
O segundo dia contou ainda com o debate sobre o trabalho de agitação e propaganda, comunicação, filiações e a política de autossustentação do partido. Ao final, foram aprovadas como metas que cada coordenador ajude a fundar um novo núcleo coordenado por uma mulher, ampliar a contribuição financeira individual e alcançar 3 mil filiados no Estado até o final do ano.
Lutar e estudar, estudar e lutar
O curso ainda contou com dinâmicas em seus dois dias, nas quais coordenadores de diferentes cidades e regiões se reuniram em grupos e debateram os desafios concretos de seus núcleos, para juntos apresentarem ao plenário propostas de soluções.
A estrutura com preparação de lanche e café coletivo, além do almoço servido no local e garantia de alojamento para quem veio do interior, contribuíram para a concentração e qualidade do curso. Também esteve presente durante os dois dias, a banquinha das Edições Manoel Lisboa, que chegou a formar filas para compra de livros sobre o socialismo, o marxismo, o materialismo histórico-dialético e literatura.
Eder Modanez, 41 anos, ilustrador e morador da cidade de Cordeirópolis (a 378 km de distância da capital), participa de um dos núcleos online que abrange parte do interior e apresentou: “A importância de estar aqui hoje para mim é perceber a diferença dos socialistas, o clima de camaradagem. Desde a vinda até aqui e a estadia, conhecer os coordenadores de outras cidades e o que é importante para todos os militantes da UP”.
O curso foi concluído com a reafirmação da certeza da vitória da classe trabalhadora na luta por sua libertação, que fica ainda mais próxima com melhores condições de organização dos núcleos da Unidade Popular. Para todos os participantes, ampliou-se a disposição de enfrentar de cabeça erguida e com coragem revolucionária os desafios do crescimento da UP e da luta pelo socialismo no Brasil.