Após dois anos e sete meses de luta, a Ocupação João Pedro Teixeira, no Centro de João Pessoa (PB), alcançou uma conquista importante: as 39 famílias que viviam no Edifício Nações Unidas desocuparam o prédio para que ele passe por reforma e se transforme em moradia popular.
Redação PB
LUTA POPULAR – A Ocupação João Pedro Teixeira, realizada pelo MLB há dois anos e sete meses, no Centro da cidade de João Pessoa (PB), deu mais um importante passo rumo à moradia digna para as 39 famílias que ocupavam o Edifício Nações Unidas. Após muita pressão, lutas e negociações junto da Secretaria Municipal de Habitação (Semhab), o prédio foi totalmente desocupado com o objetivo de passar por uma grande reforma e revitalização e transformá-lo em moradia popular. “Uma coisa muito importante, que mostra que o povo unido conquista sua moradia digna”, diz Larissa, militante do MLB e moradora da Ocupação.
Em maio deste ano, foi lançado o filme curta-metragem “Deus criou o mundo, e o diabo o arame farpado”, uma produção da produtora independente “Choraboy Filmes”, em conjunto com a Redação do jornal A Verdade na Paraíba e outros profissionais do cinema paraibano. O filme denuncia o esvaziamento do Centro da cidade e ressalta a importância da Ocupação João Pedro Teixeira para a região.
Outro parceiro importante do MLB nessa luta foi o Projeto de Extensão da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) “Ocupar é habitar”, que intermediou as negociações com a Prefeitura Municipal. “É importante essa parceria entre a Universidade, o Movimento e a Prefeitura, porque a gente mostrou como vai ficar o projeto dentro das diretrizes do Programa Minha Casa, Minha Vida e a importância que é trazer moradia para o Centro Histórico”, afirma a arquiteta Glauciene Aquino, da Semhab.
“Uma grande mudança de vida para mim, que passei mais de cinco anos morando na rua, conquistar nosso apartamento na luta. É uma vitória muito grande”, diz Alvinho, coordenador da Ocupação.
Com muita emoção e companheirismo, as famílias celebraram a vitória coletiva após anos de luta. “Uma emoção muito grande! A gente tá saindo com a certeza da vitória, da nossa luta, resistência, organização. Passei 21 anos inscrita nos programas habitacionais, mas só quando ocupei é que consegui minha moradia”, relata Josiane Soares, também coordenadora da Ocupação.