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sábado, 11 de janeiro de 2025

A experiência de construção dos núcleos da UP

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A Unidade Popular (UP) tem recebido constantemente centenas de novos pedidos de filiação e, para garantir que cada pessoa seja mais que um filiado, seja um militante, os núcleos de base são a chave.

Amanda Bispo | São Paulo (SP)


Um ponto marcante na construção partidária da Unidade Popular (UP) é sua política de núcleos. O partido tem recebido constantemente centenas de novos pedidos de filiação e, para garantir que cada pessoa seja mais que um filiado, seja um militante, os núcleos de base são a chave.

No Estado de São Paulo, a UP realizou, nos dias 16 e 17 de novembro, seu 5º Curso para Coordenadores(as) de Núcleo. A atividade, que transcorreu em clima de muita combatividade e disposição de luta, contou com a presença de mais de 70 trabalhadores e trabalhadoras, jovens, mulheres, negras e negros, de 25 diferentes cidades paulistas – representando ainda outras 70 cidades de suas regiões. São coordenadores dispostos a estudar e aprender para melhor organizar os núcleos do partido. Para que sejam núcleos ativos, lutando e filiando, e que estejam junto de nossos movimentos sociais propagandeando as ideias do socialismo junto ao jornal A Verdade

“A realização do curso é essencial porque nós, que somos coordenadores, cumprimos um papel importante na vida da UP e precisamos estudar e utilizar essa formação para que os núcleos sejam vivos, estejam lutando pelos direitos do povo e fortalecidos na luta pela revolução brasileira”, afirmou Giovanni Costa, 24 anos, morador de Santos, coordenador do núcleo da zona noroeste da cidade.

A programação começou com a execução d’A Internacional Comunista e um debate sobre a conjuntura do Brasil e do Estado de São Paulo. O debate apontou que a tarefa central dos comunistas, hoje, é enfrentar o fascismo e propagandear as ideias do socialismo. Em seguida, tratou-se de como devem ser os estudos dos núcleos – tanto nas reuniões, quanto os estudos individuais – e como organizar o cotidiano de cada núcleo da UP.

Para Tati Bornato, 42 anos, produtora audiovisual e responsável pela comissão de filiação de São Paulo, “devemos assumir para nós e cumprir, na prática, a tarefa de filiar aos milhares, pois assim teremos cada vez melhores condições para enfrentar o fascismo no Brasil e crescer a luta pelo socialismo”.

Organizar as mulheres 

Com muitas palavras de ordem que animaram o plenário, o segundo dia de curso teve como debate central o desafio da organização das mulheres trabalhadoras. “As mulheres são as mais oprimidas, as mais exploradas, e precisamos trabalhar para garantir as condições para que elas se filiem e se organizem nos núcleos do partido. Somente com as mulheres é realmente possível sermos o partido da revolução socialista”, comentou Beatriz Zeballos, de 23 anos, trabalhadora do ramo têxtil e responsável pela comissão de núcleos da Capital.

Josiely Maria, 20 anos, professora do ensino fundamental e coordenadora do núcleo de Suzano, reforçou: “Precisamos criar as condições para fortalecer as mulheres negras, mães, que sofrem cotidianamente com a violência do estado e a perda de seus filhos”.

O próprio curso contou com uma creche ao longo dos dois dias para garantir que mães e pais presentes pudessem se concentrar, enquanto seus filhos estavam em atividades de diversão e estudo. Larissa Rinck, 37 anos, professora e coordenadora do núcleo de Itu, expressou em sua fala: “Para nós, mulheres mães, se organizar não é fácil. É necessária uma organização com antecedência e o acolhimento do partido e dos companheiros de luta para que a gente possa participar”.

O segundo dia contou ainda com o debate sobre o trabalho de agitação e propaganda, comunicação, filiações e a política de autossustentação do partido. Ao final, foram aprovadas como metas que cada coordenador ajude a fundar um novo núcleo coordenado por uma mulher, ampliar a contribuição financeira individual e alcançar três mil filiados no Estado até o final do ano.

Lutar e estudar, estudar e lutar

O curso ainda contou com dinâmicas em seus dois dias, nas quais coordenadores de diferentes cidades e regiões se reuniram em grupos e debateram os desafios concretos dos seus núcleos. A estrutura com preparação de lanche e café coletivo, além do almoço servido no local e garantia de alojamento para quem veio do interior, contribuíram para a concentração e qualidade do curso. Também esteve presente a banquinha das Edições Manoel Lisboa, que chegou a formar filas para comprar livros sobre socialismo, marxismo e literatura.

Eder Modanez, 41 anos, ilustrador e morador da cidade de Cordeirópolis (a 378 km de distância da Capital), participa de um dos núcleos online que abrange parte do interior: “A importância de estar aqui hoje, para mim, é perceber a diferença dos socialistas, o clima de camaradagem. Desde a vinda até aqui e a estadia, conhecer os coordenadores de outras cidades e o que é importante para todos os militantes da UP”.

Já Pedro Gerloff, coordenador do núcleo de São Caetano, disse que “tudo mudou neste final de semana, neste curso”, após passar por um período difícil em sua vida. “A cada fala de um camarada que eu não conhecia, era como se eu ganhasse mais um ano de vida, o peso do derrotismo estava sendo tirado de minhas costas. Cada exemplo vitorioso em lutas que eu acreditava serem impossíveis, recuperava minha esperança. Cada discordância, feita de forma sensível e cordial, me convidava a ser uma pessoa melhor e abandonar o egoísmo academicista”.

Matéria publicada na edição nº 304 do Jornal A Verdade

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