As mobilizações contra o aumento da tarifa de ônibus em diversos estados do país já está acontecendo, com ampla jornada de lutas em Belo Horizonte, Florianópolis e São Paulo. Unificar essa luta nacionalmente é tarefa dos movimentos sociais em defesa da classe trabalhadora.
Igor Baltar | Recife – PE
BRASIL – Que o transporte que deveria ser público, mas está entregue nas mãos das grandes empresas do transporte é caro, lotado e ruim já sabemos, mas como resolver este problema?
Há anos, diversos movimentos sociais junto com o povo lutam e vão às ruas em defesa de um transporte público, gratuito e de qualidade e contra as privatizações que precarizam o conforto, a segurança, colocando tarifas abusivas para a classe trabalhadora, sem nenhuma perspectiva de melhoria concreta do serviço.
Um dos casos mais conhecidos dessa luta são, a Revolta das Catracas (2004), acontecido em Florianópolis e as jornadas de junho de 2013, que começou contra o aumento da tarifa de ônibus de R$0,20 centavos na passagem em São Paulo e logo em seguida tomou cidades do Brasil inteiro.
Aumentar o valor de tarifa dos transportes que deveriam ser públicos, mas na prática, continuam geridos por empresas privadas e só fazem pesar ainda mais o bolso do trabalhador, é roubo e não deve ficar impune. É necessário aprender com as lutas do passado e seguir em mobilizações intensivas para barrar os aumentos em todas as cidades que decretaram. Precisamos ousar mais, pautar o passe livre e cobrar a estatização e reestatização daqueles que foram privatizados.
E a tarifa zero? Quem ganhou?
Com a correlação de forças dadas em um governo liberal e conciliatório, onde a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco, a esquerda institucional, base principal do governo, reduz cada vez mais suas pautas e discurso. Vemos que tanto a direita como a extrema-direita aprenderam o jogo das massas. Com o avanço da extrema-direita no país e o recuo da direita tradicional, algumas coisas mudaram, a exemplo do discurso, onde vemos agora candidatos de direita defendendo a tarifa zero, para benefício dos seus.
Até setembro de 2024, 136 cidades brasileiras já contavam com modelos de tarifa zero, segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). Em 116 delas, esse modelo atinge todo o sistema de transporte e todos os dias, já nas outras 20, em dias específicos.
Na última eleição, PL, MDB, PSD e PP também tiveram menções a gratuidades em seus programas.
Na virada dos anos 2024 para 2025, diversas cidades anunciaram novos aumentos como São Paulo, Florianópolis, Recife, Rio de Janeiro, Belo Horizontes e outras mais. Em alguns locais, o preço das passagens já chega aos R$6,90.
Em resposta a isso, Belo Horizonte, Florianópolis e São Paulo já foram às ruas mobilizados para barrar seus aumentos e prometem uma jornada de lutas até conseguirem êxito em suas pautas.
Com isso, aprendemos que somente mobilizada e unida na luta a esquerda conseguirá expandir e defender suas pautas. Através das mídias independentes, panfletaços e atos combativos, deixando bem claro a todos os usuários do transporte que tarifa zero e o passe livre com transportes de qualidade não é utopia e deve ser pautado como sempre foi pela esquerda, até que tenhamos a vitória e provemos quem se encontra ao lado dos menos favorecidos.