População de Petrópolis consegue reverter aumento de passagens imposto pela justiça. Luta continua para evitar novo aumento por parte do novo prefeito.
Christian Nunes | Petrópolis – RJ
BRASIL – No dia 12/12, o povo de Petrópolis foi surpreendido com um anúncio da justiça do município (4ª Vara Cível) de que a passagem de ônibus passaria por um aumento de 35 centavos, chegando a R$5,65.
Tal aumento concedido pelo juiz se justificou por uma ação movida pelo sindicato das empresas de ônibus de Petrópolis (SETRANSPETRO). O juiz, sem sequer exigir dados sobre a arrecadação com as passagens a R$5,30 (preço atual) e sobre os custos para operar a frota, em uma canetada aprovou o aumento. Além disso, a decisão passou por cima de qualquer discussão do Conselho Municipal de Transportes (COMUTRAN) e da Câmara Municipal.
A tarifa mais cara foi vista como completo absurdo pela população, que trabalha todo dia pra se sustentar e depende diretamente dos ônibus pra se locomover. Os donos das empresas de ônibus (TURP, Cidade Real e Cidade das Hortênsias) não revelam seus lucros com toda a venda de passagens e o subsídio pago pela Prefeitura e enriquecem todos os dias às custas do suor do povo trabalhador.
Por causa disso, trabalhadores da cidade tomaram a iniciativa de fazer um ato contra o aumento na cidade, o que ganhou adesão em grupo de numa rede digital de centenas de pessoas. Junto a isso, várias organizações e partidos, dentre elas, a Unidade Popular, construíram este ato e estiveram à frente da mobilização.
A manifestação marchou pelas ruas do centro, interrompendo vias em pontos como na Paulo Barbosa e o início da Rua do Imperador próximo à rodoviária. A pressão e a comoção foram tão grandes que 2 dias depois o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro derrubou a decisão da justiça de Petrópolis, mantendo assim o preço de R$5,30.
Resistência contra o aumento das passagens continua
Apesar da importante vitória, a vigilância e mobilização da população continua. Em todo o estado do Rio de Janeiro, cidades vem aumentando as tarifas de ônibus e o governo do estado planeja novos aumentos nas passagens de metrô, trens e barcas.
Essa realidade se dá por conta do caráter privado do transporte coletivo no RJ. Se o transporte fosse realmente público, com controle e propriedade do Estado, o dinheiro arrecadado com as tarifas e subsídios poderiam ser integralmente investidos nos salário dos trabalhadores e na melhoria do sistema de transporte.
Agora, a pressão continua em cima do novo prefeito de Petrópolis, Hingo Hammes (PP), não ceda às pressões dos empresários e tente aumentar novamente as passagens ao longo deste ano.