Na luta da classe trabalhadora a organização nas bases e a solidariedade de classe, são princípios centrais para garantir direitos.
Neste sentido, a militância do Jornal A Verdade tem dialogado com uma iniciativa de luta de destaque na cidade do Rio de Janeiro, o coletivo Invisíveis, que protagoniza ações de defesa de direitos de trabalhadores e trabalhadoras terceirizadas. Confira o relato dos trabalhadores sobre a luta dos terceirizados organizados pelo Coletivo Invisíveis.
Redação RJ
“Somos um coletivo surgido a partir da necessidade de unir lutas entre trabalhadores terceirizados, estudantes e servidores. Iniciado em Goiânia, com jornal de relatos anônimos dos funcionários da limpeza denunciando que eram impedidos de usar a copa em um setor da UFG. A organização passou a trocar experiências com mobilizações parecidas em São Paulo e Rio de Janeiro, onde atuam hoje na UERJ , UNIRIO e UFRJ.
Essa experiência provocou a percepção de que a precarização e terceirização constantes ameaçando o funcionalismo público, levou a necessidade de união com as demandas e lutas dos trabalhadores terceirizados. Mas, como realizar essa aliança eles se encontram reprimidos por condições sociais e sindicatos que muitas vezes os abandonam ou apoiam seus patrões? Além de serem perseguidos e demitidos.
Mobilizações são criminalizadas e o direito de greve é suprimido. Se comparar com a proibição na época da Ditadura Civil-Militar dos anos 60/70/80, a burocracia e dificuldades para realizar uma paralisação fazem HOJE ser semelhante ou até PIOR. Assim, a voz do terceirizado é uma VOZ AUSENTE na maior parte da esquerda ou do movimento sindical. Para construir uma solidariedade como sujeitos ativos, o Invisíveis faz mídias com JORNAL IMPRESSO, SITES e INSTAGRAM para divulgar relatos anônimos, garantindo a segurança.
As publicações contém denúncias de trabalho, para constranger patrões, gestores e empresas. E também para discutir política, onde terceirizados pensam articulação e mobilização. Para fazer a organização de base. Através dela que o trabalhador impulsiona suas ações. Fortalecido pela solidariedade entre categorias. Atuamos entre terceirizados da limpeza, bandejão, vigilantes, auxiliares administrativos, hospitalares, entre outros de universidades públicas.
Agora vemos que a mobilização é crescente diante da campanha pelo FIM DA ESCALA 6 X 1. Mais trabalhadores estão questionando a situação. E a esquerda e suas organizações? Se agora tomaram para si a luta, é preciso paciência e foco no que importa: a vida de milhões de trabalhadores que precisam de apoio para lutar contra seus patrões, que vão usar de seu poder para impedir a proibição da jornada 6×1. Assédios, ameaças, demissões, compras de apoio, calotes em salários. Por isso, é muito importante apoiar trabalhadores nas lutas diretas contra patrões nos locais de trabalho. E isso passa nas universidades públicas, onde a jornada 2×5 é a norma, mas há terceirizados que trabalham na 6×1.”
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