A plenária conjunta convocada por movimentos sociais contou com diversas entidades e organizações para traçar um plano de luta contra a privatização da Compesa, empresa que administra os serviços públicos de saneamento básico e abastecimento de água em todo o estado.
Clóvis Maia | Redação Pernambuco
BRASIL – Na noite do dia 10 de fevereiro a Unidade Popular em Pernambuco e o PSOL realizaram uma plenária aberta junto ao Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco (SINDURB-PE) para discutir encaminhamentos e organizar o enfrentamento ao projeto da governadora, Raquel Lyra (PSDB) de privatização da água no Estado de Pernambuco. Na ocasião participaram também representantes do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU), Rede Sustentabilidade e a deputada estadual Dani Portela.
Pernambuco na contramão
Seguindo a cartilha da extrema direita, como Cláudio Castro (PL-RJ) e Tarcísio de Freitas (Republicanos- SP), a governadora de Pernambuco propôs privatizar a água, indo na contramão do mundo.
O Relatório do SINDURB-PE aponta que só entre os anos 2000 e 2019, 312 cidades, em 37 países, reestatizaram seus serviços de tratamento e esgoto, justamente após a falência escancarada do serviço privatizado que, além de aumentar as contas, não resolve o problema de abastecimento para os locais mais carentes. E ainda causaram problemas ambientais, de saúde e econômicos.
Alemanha, França, Bolívia, Argentina, Equador, Venezuela, Honduras e Jamaica estão entre os países que retornaram para o controle publico esse serviço tão essencial. No projeto de privatização em Pernambuco, o chamado PPP, o setor privado vai deixar os serviços mais pesados, como captação e tratamento de água, para o setor público enquanto administra os lucros.
Outra ameaça é a extinção de programas como a Tarifa Social, que já sofreu um aumento no fim do ano passado e dos caminhões-pipa, que hoje são mantidos exclusivamente pela COMPESA.
Outra contradição é o apoio do governo federal, por meio do BNDES, além do PAC 3, ter anunciado um investimento de R$3,9 bilhões para obras com a água e R$2,2 bilhões para o tratamento de esgoto. Vale lembrar que a empresa está longe de qualquer tipo de dificuldade financeira, ou seja, o que está em jogo é o lucro pelo lucro.
Disposição para lutar
A plenária contou com a disposição da militância para barrar o processo de privatização em Pernambuco. Seguindo o exemplo das lutas em defesa da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP), as organizações presentes se comprometeram a continuar nas ruas, mobilizando o povo das periferias e dos bairros populares, para denunciar mais esse golpe que atinge diretamente os mais pobres e a maioria da população nas quatro regiões do Estado. “Privatizar a Compesa é roubo!”