Nesta terça-feira (6/5), Lourivaldo Ferreira Silva, de 35 anos, morreu na linha 5-Lilás do metrô de São Paulo enquanto se dirigia para o trabalho. Ele era pai de 3 filhos, trabalhador da escala 6×1 e foi mais uma vítima da privatização do transporte público na capital paulista. Ato de solidariedade repudiou a precarização do transporte e convocou para uma aula pública na estação Capão Redondo no sábado (10/5), às 10h.
Redação SP
Nesta terça-feira (6/5) as privatizações ceifaram mais uma vida no Capão Redondo, em São Paulo. Lourivaldo Ferreira Silva, de 35 anos, trabalhador da escala 6×1 e pai de 3 filhos, foi morto pela negligência da ViaMobilidade, empresa privada que assumiu a gestão de linhas de trem em 2018, enquanto se dirigia ao trabalho.
No dia seguinte, manifestantes e movimentos sociais, entre eles o Movimento Luta de Classes (MLC), se reuniram na estação do Campo Limpo, onde a catástrofe ocorreu, para denunciar que as privatizações significam morte para nosso povo. O ato exigiu justiça para Lourivaldo e sua família, e uma atitude imediata tanto da empresa quanto do Governo Estadual. O jornal A Verdade entrevistou alguns dos presentes na manifestação.
Madu, moradora do Campo Limpo, relatou que estava presente na mesma porta em que a ViaMobilidade tirou a vida deste trabalhador. “A gente que é aqui da periferia, que utiliza a Linha 5, sabemos o quão sucateada tá a linha que atende a gente. E a situação só tá piorando, infelizmente. As vidas de nós, pobres, que estão sendo pagas pro lucro deles.”
“Quem é cidadão e morador aqui do Capão e do Campo Limpo não tem como não se indignar com uma situação como essa, né? O que aconteceu ontem com um rapaz jovem, de 35 anos de idade, que tem família, que é um trabalhador, é um crime. Não pode passar impune”, complementou Nilton, professor da rede municipal.
Noêmia, que estava passando pela estação quando viu a manifestação e decidiu participar, compartilhou seu sentimento conosco: “Revolta. Muita revolta. Porque a gente trabalha, a gente paga e a gente acaba morrendo. É uma coisa que a gente está pagando e acaba perdendo a vida.”

Privatizações: lucro para os ricos, morte para o povo
Um dos pontos principais da manifestação foi a denúncia das privatizações, que servem para um punhado de milionários enriquecerem cada vez mais sucateando serviços essenciais para os trabalhadores.
“Representa justamente o que a privatização faz. Sempre a vida de um pobre que vai estar ali para eles poderem lucrar. E infelizmente vai ser a nossa vida que vai pagar. É isso. E é uma impunidade que infelizmente por questões de dinheiro eles acabam calando. E se não fosse a pressão que a gente está fazendo seria só mais um caso isolado”, diz Madu.
“Aconteceu o que aconteceu por negligência, não foi por falta de aviso. Eles acham que está tudo bem, que o transporte tá cada vez melhor. Quem usa o transporte fornecido pela ViaMobilidade sabe que isso é mentira, tá cada vez pior. Os trens estão cada vez mais lotados, falta funcionário e segurança na plataforma”, afirmou Robert, militante do Movimento Luta de Classes presente no ato de denúncia da privatização.
Para ampliar a mobilização e derrubar e denunciar ainda mais as condições do transporte, foi convocada uma aula pública sobre os impactos da privatização dos trens para esse sábado (10/05). A aula ocorrerá às 10h na estação do Capão Redondo.
“Nada que essa empresa possa fazer vai trazer de volta o companheiro que morreu ontem. É uma vida de um trabalhador que foi vítima da precarização do transporte”, sintetiza Robert.
A Rede JAV/SP colaborou com a coleta de depoimentos e os registros desta matéria.