Em poucas horas, os jornalistas Abdul Rahman al-Abadilah, Aziz al-Hajjar, Ahmed al-Zainati, Khaled Abu Seif e Nour Qandeel foram mortos em ataques aéreos israelenses em várias partes da Faixa de Gaza, junto com membros de suas famílias.
Wildally Souza | São Paulo (SP)
Pelo menos cinco jornalistas palestinos e dezenas de civis foram mortos pelo estado assassino e fascista de Israel em Gaza durante a madrugada do último domingo (18/5). Os ataques fizeram parte de uma escalada brutal das tropas de Benjamin Netanyahu contra tendas que abrigavam pessoas deslocadas e hospitais na Faixa de Gaza.
A carnificina ocorre depois que Israel anunciou o início de uma nova operação em Gaza, chamada de Carruagens de Gideão (מרכבות גדעון), onde o fascista Netanyahu ameaçou acabar de uma vez por todas com o povo palestino.
Em poucas horas, os jornalistas Abdul Rahman al-Abadilah, Aziz al-Hajjar, Ahmed al-Zainati, Khaled Abu Seif e Nour Qandeel foram mortos em ataques aéreos israelenses em várias partes da Faixa de Gaza, junto com membros de suas famílias.
Quem são e como Israel assasinou os 5 jornalistas palestinos

Abdul Rahman al-Abadilah – عبد الرحمن توفيق العبادلة
30 anos de idade, denunciava através de suas lentes o massacre de crianças palestinas quando perdeu contato com sua equipe e familiares. Seu corpo foi encontrado nos escombros da cidade de Al-Qarara, ao norte de Khan Younis.
Abdul Aziz al-Hajjar – عزيز الحجار
31 anos de idade, era fotógrafo e cinegrafista. Foi morto junto com sua esposa e filhos em um bombardeio israelense em sua casa na área de Al-Saftawi, ao norte da Cidade de Gaza.
Ahmed al-Zainati – أحمد الزيناتي
Morto junto com sua esposa Noor Al-Madhoun e seus dois filhos pequenos, Mohammed e seu bebê Khaled, em um ataque aéreo israelense contra tendas de deslocados no campo de Sanabil, próximo ao Hospital Especializado do Kuwait em Mawasi Khan Younis (uma suposta “zona segura”).
De acordo com Mohammed Mohsen, um jornalista local entrevistado pelo The New Arab, Al-Zainati foi deslocado diversas vezes desde o início da guerra e finalmente se estabeleceu perto da costa, esperando que a praia pudesse fornecer alguma proteção: “Ele sempre carregava sua câmera, mesmo quando não tinha mais nada”, (…) “Ele queria que o mundo visse o que estávamos vivendo.” Não se tem informações sobre sua idade.
Khaled Abu Seif e Nour Qandeel – خالد أبو سيف e نور قنديل
Khaled e Nour eram casados e ambos jornalistas. Ele 30 anos de idade, ela 26 anos. Foram assassinados junto a sua filha pequena em um ataque aéreo israelense à sua casa em Deir al-Balah. Segundo Al Manassa, a explosão destruiu várias casas próximas em um raio de 500 metros.
Israel intensifica genocídio e sitia Gaza
Além dos jornalistas, mais de 100 palestinos foram mortos em uma série de ataques aéreos israelenses contra barracas e prédios que abrigavam civis deslocados na região costeira de Al-Mawasi, no sul de Gaza. Imagens terríveis de corpos de crianças, incluindo alguns carbonizados a ponto de não serem reconhecíveis, veiculadas em hospitais, inundaram as redes digitais após o ataque na manhã de 18 de maio.
A área de Al-Mawasi, antes considerada uma “zona segura”, tem sido bombardeada implacavelmente por Israel, que tem promovido uma política fascista de violência máxima contra o povo palestino, com financiamento dos Estados Unidos e da União Europeia. Com o aumento dos ataques, os hospitais que quase já não funcionavam estão tendo dificuldades para tratar os palestinos feridos que continuam chegando às suas portas.
Pelo menos 10 ataques israelenses atingiram as proximidades do Hospital Al-Awda, no norte de Gaza, destruindo grandes partes das instalações, de acordo com o diretor do hospital, Mohammad Salha, que descreveu a situação como “extremamente crítica” e disse que as cirurgias foram interrompidas devido à incapacidade das equipes médicas de chegar ao local.
O Hospital Indonésio, no norte de Gaza, onde a ofensiva é muito maior, também está sob bombardeio contínuo desde a madrugada de domingo. Em comunicado administrativo, o diretor do hospital, Marwan Sultan, disse que tropas israelenses cercaram o hospital, acrescentando que soldados e drones quadricópteros estão atirando em qualquer pessoa, ferida ou não, que se aproxime ou esteja dentro do hospital, incluindo a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“Um estado de pânico e confusão prevalece entre pacientes, feridos e equipe médica, dificultando gravemente a prestação de cuidados médicos de emergência… O cerco ao hospital está impedindo a chegada dos feridos, em meio a massacres crescentes. A ocupação está intensificando sua campanha sistemática para atacar hospitais e forçá-los a fechar”, afirmou o Ministério da Saúde em Gaza.
Pelo menos 125 pessoas foram mortas desde o amanhecer, de acordo com a Al-Jazeera. Desde a madrugada deste domingo, Israel intensifica e continua a sitiar toda Gaza e impedir a entrada de ajuda humanitária.
Estamos vendo um verdadeiro extermínio de todo um povo, que com muita bravura e apesar de enlutados por seus amigos e familiares, não se rendem. Netanyahu e Trump avançam seus planos malignos e racistas contra um povo sofrido, humilhado e pobre.
O que vemos hoje na Palestina não é uma guerra, como pinta propositalmente a mídia burguesa, mas um genocídio televisionado e legitimado por governos, a própria mídia e pessoas sanguinárias, que se alimentam do sangue dos martíres palestinos para promoverem seus pensamentos e ideologias criminosas e barbáras.