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terça-feira, 6 de maio de 2025

Repressão a indígenas em Brasília mostra caráter antipovo do Estado burguês

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Indígenas que lutavam em Brasília foram brutalmente reprimidos pela PMDF. Ação da polícia é sinal da política contra os povos indígenas do Estado brasileiro.

Marcela Bigonha | Brasília


LUTA POPULAR – Na noite do último dia 10 de abril, o Estado burguês mostrou mais uma vez sua verdadeira face: repressora, violenta e racista. Em um ato pacífico do Acampamento Terra Livre (ATL), que reuniu cerca de 8 mil indígenas de mais de 200 povos em frente ao Congresso Nacional, a Polícia Militar do Distrito Federal, com apoio do Departamento de Polícia Legislativa, lançou bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta contra os manifestantes, que exigiam o básico: respeito às suas terras, culturas e vidas.

Entre os atingidos pela ação brutal estava a deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG), liderança indígena e mulher da luta. Mesmo se identificando, foi impedida de sair do local pelos policiais, desrespeitando sua imunidade parlamentar e demonstrando, mais uma vez, que o aparato repressivo do Estado não distingue entre povo e representante quando o objetivo é calar vozes insurgentes.

A repressão foi covarde. As imagens falam por si: homens armados até os dentes, cercando corpos pintados, mulheres com crianças nos braços, anciãos com cocares, cantando e marchando por justiça. Não havia qualquer “ameaça à ordem”, apenas o pavor da classe dominante diante da organização popular.

O ATL, em sua 21ª edição, vem sendo um grito dos povos originários contra o Marco Temporal, a política genocida do agronegócio e a omissão cúmplice do governo federal na demarcação de terras indígenas. Ao invés de atender às pautas históricas do movimento, o Estado responde com cassetete, gás e spray de pimenta.

Essa violência não é um erro isolado, é a expressão do caráter de classe do Estado brasileiro. Um Estado a serviço do latifúndio, das mineradoras, das empreiteiras e do capital imperialista. Um Estado que nega direitos ao povo trabalhador enquanto protege os interesses de meia dúzia de parasitas.

Só a luta popular organizada e a aliança entre indígenas, camponeses, estudantes, trabalhadores e juventude pode pôr fim a esse sistema apodrecido. A repressão não vai silenciar a marcha da história. Pelo contrário, mostra que estamos no caminho certo: o caminho da resistência, da solidariedade e da construção do poder popular.

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