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terça-feira, 13 de maio de 2025

Trabalhadores rodoviários de Teresina (PI) organizam greve por melhores salários

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Motoristas e cobradores de ônibus iniciam greve em Teresina. Trabalhadores denunciam carga horária excessiva e baixos salários 

Celine Oliver Albuquerque | Teresina (PI)


TRABALHADOR UNIDO — Na manhã da sexta-feira (09), os motoristas e cobradores do transporte coletivo de Teresina deram início a uma paralisação, tendo os ônibus permanecido paralisados durante as primeiras horas do dia. Tendo sido anunciada na terça-feira (13), após assembleia geral, os rodoviários reivindicam um reajuste salarial de 15%, que não é atendido há três anos, além de R$900 em vale-alimentação e R$150,00 para auxílio saúde.

Durante o sábado e domingo, os ônibus circularam normalmente segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviário do Estado do Piauí (Sintetro-PI) por conta do dia das mães e após diálogo com a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (STRANS), que afirmou que intermediaria um diálogo entre os trabalhadores rodoviários e os empresários dos consórcios.

Não foi, porém, formalizada qualquer proposta para a melhoria das condições dos trabalhadores. Sendo assim, na segunda-feira (12), iniciou-se uma greve que paralisará totalmente o transporte coletivo da capital por tempo indeterminado.

Transporte sucateado e falta de direitos trabalhistas

A mídia burguesa ressalta o prejuízo que isso causará aos usuários do transporte coletivo da capital, porém, não reconhecem a necessidade e a validade das reivindicações desses trabalhadores, visto inclusive os abusos sofridos por esses trabalhadores por parte das empresas, fora o que já é “normal” para o sistema capitalista. “Existem algumas empresas, que quando tem um acidente, elas estão cobrando a peça do trabalhador, tem trabalhador pagando 7 mil, 8 mil reais e ela coloca a peça de volta, a peça sendo velha.” como denuncia Antônio Cardoso, presidente do Sintetro-PI.

Denuncia ainda como funciona a justiça burguesa, que privilegia o empresário e põe em desvantagem o trabalhador “a justiça aqui no nosso país ela é muito boa, ela é muito boa quando é pra punir o trabalhador, pra punir a classe menos favorecida, mas absolver o rico é bem rapidinho comenta a respeito da decisão da desembargadora Liana Ferraz de multar diariamente o sindicato em 50 mil reais, enquanto a justiça ignora diversas denúncias de irregularidades por parte das empresas responsáveis pelo transporte coletivo da cidade.

É essencial perceber que a crise do transporte coletivo de Teresina se deve não por conta dos trabalhadores que cobram seus direitos, mas sim é fruto do domínio de empresas privadas sobre um serviço que deveria ser público. A não manutenção dos veículos, a frota insuficiente, além do descumprimento dos direitos e ameaças aos trabalhadores são resultado da privatização do transporte. Para garantir um transporte coletivo com qualidade, é necessário que esse se faça verdadeiramente transporte público, evidenciando-se mais uma vez a necessidade da estatização desse serviço.

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