Redação SP
Desde o início de 2025, trabalhadores da Movent, empresa metalúrgica localizada na cidade de Diadema (SP), realizam vigílias e acampamentos na porta da fábrica para impedir que os proprietários vendam o maquinário, que deveria ser leiloado para garantir o pagamento dos direitos trabalhistas após suas demissões.
Segundo relatos dos trabalhadores, no início de 2023, a empresa contava com cerca de 440 funcionários. Em abril daquele ano, a diretoria iniciou um processo de demissões em massa de metalúrgicos. Ainda em 2023, mais de 300 trabalhadores foram demitidos sem receber verbas rescisórias ou outros direitos trabalhistas.
Também em 2023, a empresa de autopeças entrou com um pedido de recuperação judicial e paralisou completamente suas atividades no início de 2025, deixando mais de 400 trabalhadores sem qualquer tipo de pagamento ou direito garantido.
Diante dessa situação, os trabalhadores decidiram ocupar a entrada da fábrica para impedir que os donos retirem o pouco maquinário que restou, com a esperança de que os equipamentos possam ser leiloados para quitar os débitos trabalhistas.
O Movimento Luta de Classes e o jornal A Verdade têm acompanhado a luta dos operários nas vigílias e conversado com os companheiros que permanecem diariamente na porta da empresa. Roberto, que trabalha há 20 anos na Movent, relatou: “Dediquei minha vida a essa empresa. Já tive que fazer duas cirurgias por doenças causadas pelo trabalho e, agora, somos tratados assim”. Ele continua: “Apesar da situação difícil, tenho certeza de que, se os trabalhadores se unirem, conseguiremos garantir nossos direitos”.
Outro trabalhador, com mais de 30 anos de casa, que preferiu não se identificar, afirmou: “Na minha opinião, a empresa deveria ser ocupada. Só existe direito para os ricos. O negócio é ocupar para, pelo menos, a gente ficar com as máquinas”.
Matéria publicada na edição 313 do Jornal A Verdade.