Nos últimos meses, a Unidade Popular (UP) e o Movimento Luta de Classes (MLC) organizaram protestos e paralisações em fábricas e centros comerciais, defendendo a redução da jornada, aumento do salário mínimo e fortalecimento da organização sindical de base.
Pedro Morais | Florianópolis (SC)
TRABALHADOR UNIDO – Todo trabalhador sente o peso da escala 6×1. A falta de tempo para aproveitar a família, cuidar da casa, descansar e estudar faz parte da exploração da força de trabalho, que serve apenas para enriquecer uma minoria de burgueses. A verdade é que a redução da jornada de trabalho não vai acontecer sem uma sólida organização e uma luta ferrenha da classe trabalhadora.
Nos últimos meses, a pauta pelo fim da escala 6×1 ganhou uma adesão forte do povo brasileiro, exausto de passar horas no trabalho e no transpor coletivo para ganhar um salário de miséria. A Unidade Popular (UP) e o Movimento Luta de Classes (MLC) realizaram dois grandes atos nacionais pelo fim da escala 6×1, redução da jornada de trabalho e aumento de 100% no salário mínimo. As ocupações de shoppings, mercados, grandes centros comerciais e os atos na frente de fábricas tiveram amplo apoio popular. Na fábrica Tupy, em Joinville (SC), os operários chegaram a paralisar suas atividades.
Frente a essa realidade, está posta a necessidade de organização da classe trabalhadora em diversos níveis e formas. Elaborar um plano de lutas coletivo e desenvolver a linha política é fundamental para que os núcleos da UP e do MLC tenham vida orgânica e ativa nas lutas diárias.
Um núcleo pode ser formado por trabalhadoras do shopping, por exemplo. Três pessoas já são o suficiente para organizar reuniões frequentes e formular ações para a elevação da consciência dos trabalhadores de que é possível não só derrubar a 6×1, mas também esse sistema capitalista e construir um processo revolucionário por meio da propaganda sistemática do socialismo.
Um núcleo estabelecido é capaz de promover rodas de conversa, formações, panfletagens, colagens de cartazes nos arredores e preparar uma ofensiva sindical contra os patrões. Em Florianópolis, o núcleo da UP com trabalhadores realiza panfletagens e brigadas semanais do jornal A Verdade em um shopping. Esse trabalho só acontece por conta da determinação dos companheiros, mas também porque o núcleo funciona e tem política de autossustentação.
A formação de novos núcleos de trabalhadores é peça-chave na engrenagem da luta sindical e revolucionária. A partir dos núcleos, realizamos brigadas sistemáticas, temos planos de finanças e atuamos com a linha política acertada, elevando o ânimo dos trabalhadores para grandes paralisações e greves.
Matéria publicada na edição impressa nº315 do jornal A Verdade