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terça-feira, 26 de agosto de 2025

Elites e governos promovem guerra contra o povo em Belém

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Belém vive crise social após o fechamento do restaurante popular e a extinção do programa Bora Belém, medidas da gestão de Igor Normando (MDB) com apoio do governador Helder Barbalho (MDB), que deixaram milhares de famílias sem assistência.

Richard Abreu | Belém (PA)


BRASIL – Belém vive um verdadeiro caos social promovido pelas elites locais, com o apoio direto da prefeitura de Igor “Barbalho” Normando (MDB) e do Governo do Estado do Pará, de Helder Barbalho (MDB). Desde que assumiu a prefeitura, Normando aplica com rigor a cartilha do capitalismo: destrói e privatiza serviços públicos, ataca os trabalhadores e empurra os mais pobres para a miséria absoluta.

O fechamento criminoso do único restaurante popular da cidade, que alimentava diariamente mais de 1.200 pessoas é o retrato fiel desse projeto. Neste restaurante, se alimentavam trabalhadores, aposentados, mães solos e pessoas em situação de rua — muitos dos quais tinham ali sua única refeição digna. A destruição do restaurante veio acompanhada da extinção do programa “Bora Belém” – programa que auxiliava famílias de baixa renda a exemplo do bolsa família – deixando 80 mil famílias sem nenhum auxílio financeiro.

Enquanto isso, os mesmos governantes que empurram o povo para a fome e o abandono anunciam a Conferência das Partes da ONU (COP 30) como uma salvação mágica. A COP é um encontro internacional sobre mudanças climáticas, mas em vez de servir à proteção do planeta e dos povos, está sendo usada como propaganda para atrair negócios, turismo de luxo e limpar a imagem dos mesmos que destroem a Amazônia e expulsam o povo das cidades. Além disso, as obras para a conferência tiveram denúncias de trabalhadores em jornadas exaustivas, em condições inseguras e sem aumento salarial — organizações da categoria já fizeram paralisações por conta de salários atrasados e ausência de EPIs.

Os capitalistas, aliados ao governo das elites, fazem obras milionárias para embelezar a área nobre da cidade, como a revitalização da Doca, o metro quadrado mais caro do município, enquanto o esgoto continua sendo jogado na Vila da Barca, uma das maiores comunidades periféricas de palafitas da América Latina.

A serviço das oligarquias, o governador Helder Barbalho cede prédios públicos ao grupo Liberal, maior mídia do estado do Pará, pertencente à família Maiorana. O herdeiro, Romulo Maiorana Jr. está construindo um hotel de luxo com apoio do governo estadual, enquanto não há sequer um programa consistente de habitação popular para o povo, que vive na escravidão do aluguel ou em situação de rua.

O Ataque a saúde também segue firme. Exemplo é o plano de privatização do Pronto-Socorro da 14 de Março – o maior da cidade – que é mais uma violência contra o povo. Trabalhadores da saúde denunciam: mais de 2 mil servidores serão removidos, 500 demitidos, 12 mil atendimentos mensais interrompidos, e 28 especialidades médicas, como a diálise, simplesmente serão extintas. Tudo isso para entregar a unidade à iniciativa privada e impedir o acesso livre da população ao atendimento.

Além de atacar o serviço público, o governo do Estado promove assaltos às iniciativas populares, como no caso da Ocupação de Mulheres Rayana Alves, coordenada pelo Movimento de Mulheres Olga Benario. Este é espaço que acolhe mulheres vítimas de violências e que sofreu corte de água, energia elétrica, além de ter uma companheira detida, que só foi liberada após pagamento de fiança. Tudo isso têm o intuito de criminalizar, desmobilizar e despejar as mulheres.

Não é coincidência: é um projeto político a serviço das elites, que querem transformar Belém em vitrine para os ricos e prisão a céu aberto para os pobres.

Mas o povo não aceita calado!

Hoje cada ataque é respondido com atos e manifestações, deixando claro para cada vez mais pessoas que essas contradições cruéis têm responsáveis e eles têm nome e endereço.

Por isso nossa tarefa é avançar com nosso trabalho de denúncia, agitação e propaganda; organizar mais ainda o povo para ocupar prédios abandonados para construir moradia popular, supermercados e shoppings na luta contra a fome e contra a escala 6×1, como faz o Movimento de Luta dos Bairros Vilas e Favelas, o Movimento Luta de Classes e a Unidade Popular.

O futuro pertence aos que lutam.

Lutemos.

Matéria publicada na edição impressa  nº318 do jornal A Verdade

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