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sábado, 23 de agosto de 2025

Prisão de dono da Ultrafarma evidencia corrupção da burguesia

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O bilionário Sidney Oliveira, fundador da Ultrafarma, foi preso em São Paulo sob acusação de participar de um esquema que teria desviado R$ 1 bilhão dos cofres públicos. 

Jesse Lisboa e Evelyn Dionízio | Recife – PE


BRASIL – A recente prisão de Sidney Oliveira, o bilionário fundador da gigante farmacêutica Ultrafarma, desmascara de forma definitiva um dos maiores mitos do capitalismo: a farsa do “empreendedor de sucesso”. O caso não é a exceção, mas sim a regra de um sistema onde a grande riqueza é, invariavelmente, fruto do crime, da corrupção e da apropriação do Estado pela burguesia para seus fins privados.

Sidney foi preso em São Paulo por sua participação em um esquema de corrupção que desviou R$ 1 bilhão dos cofres públicos. Juntamente com outros empresários – estão sendo apuradas se a Fast Shop, Oxxo e Kalunga eram coniventes com o desvio de dinheiro –, ele pagava propina a um fiscal da Secretaria da Fazenda para fraudar processos, sonegar impostos e receber restituições tributárias indevidas. O esquema era tão absurdo que o fiscal utilizava sua própria mãe, uma professora aposentada, como laranja em empresas de fachada que a tornaram “bilionária” em apenas dois anos.

Este episódio derruba a narrativa mentirosa de que a corrupção é um mal exclusivo do setor público. O que existe, na verdade, é o controle do Estado pela classe dominante. São empresários como Sidney Oliveira que corrompem agentes públicos para garantir seus lucros exorbitantes, drenando recursos que deveriam ser destinados à saúde, educação e serviços para a classe trabalhadora.

Histórico de crimes

Para quem se surpreende, basta olhar o passado do fundador da Ultrafarma. Nos anos 90, antes de se tornar um bilionário garoto-propaganda, Sidney Oliveira já havia sido condenado à prisão duas vezes: uma por receptação de medicamentos roubados e outra por falência fraudulenta – um golpe clássico da burguesia para lesar os trabalhadores.

Fica a pergunta: como um indivíduo com este histórico criminal consegue não apenas escapar da justiça, mas construir um império bilionário? A resposta é simples: o sistema de justiça burguês foi feito para encarcerar o pobre que rouba para comer, enquanto garante a impunidade e até mesmo recompensa o rico que rouba bilhões.

O próprio sucesso da Ultrafarma é emblemático. A empresa cresceu capitalizando sobre a Lei dos Genéricos, uma política pública criada para beneficiar o povo, mas que foi transformada em uma máquina de lucro da burguesia.

Seguindo a cartilha do Estado em serventia da burguesia, no dia 22 de agosto o Poder Judiciário brasileiro concedeu habeas corpus para o empresário, perdoando uma fiança de 25 milhões de reais. Apesar de liminar, a decisão escancara o fato da lei não ser aplicada igualmente, como dita a Carta Magna, mas sim para benefício de poucos.

Para justificar o perdão, o Tribunal de Justiça de São Paulo entendeu que a fiança é desproporcional, já que o empresário não teria condições de pagar (lembremos do esquema bilionário em que Sidney Oliveira está envolvido), além de transformar a liberdade em “mercadoria inacessível”. 

Ora, no sistema em que vivemos existe a possibilidade do pagamento em dinheiro pela liberdade, com fiança e pena de multa, então na realidade a condenação existe só para os pobres e para a periferia.

A prisão, e posterior soltura, do dono da Ultrafarma não é um ponto fora da curva. É a prova de que, no capitalismo, não se acumula bilhões trabalhando honestamente. A grande fortuna nasce da herança, do crime, da exploração da força de trabalho e do roubo dos cofres públicos. Cabe a nós, da classe trabalhadora, nos organizarmos para destruir este sistema corrupto em sua raiz e construir uma sociedade onde a riqueza sirva ao povo, e não a um punhado de criminosos legalizados.”

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