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sexta-feira, 10 de outubro de 2025

45 anos da missão que levou o primeiro cubano ao espaço

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Primeiro latino-americano e negro a viajar ao espaço, Arnaldo Tamayo Méndez transformou sua trajetória de luta em símbolo de conquista socialista e inspiração para os povos de Cuba e do mundo.

Ezequiel de Medeiros| Paraíba


HISTÓRIA- A história de Arnaldo Tamayo Méndez confunde-se com a de seu país. Nascido em 1942, na cidade de Guantánamo, sul de Cuba, e órfão de pai e mãe, começou a trabalhar aos 13 anos como engraxate e ajudante de carpinteiro para sustentar os irmãos. Arnaldo afirmaria, mais tarde, que seu amor pela aviação surgiu nessa época, quando via pousos e partidas dos aviões estadunidenses da base militar imperialista em Cuba, ocupada ilegalmente desde 1903. Posteriormente, participou das greves e atos estudantis contra o governo entreguista do ditador Fulgêncio Batista. Desenvolveu sua consciência política, ingressando na Associação de Jovens Rebeldes pouco após o triunfo da Revolução Cubana em 1959. No ano seguinte, sob o chamado do Partido, iniciou os estudos no Instituto Tecnológico e, entre 1961 e 1962, aprendeu a pilotar na Escola Superior de Aviação da URSS, retornando ao seu país a tempo de atuar heroicamente no combate aos ataques aéreos estadunidenses durante a Crise dos Mísseis.

Arnaldo continuou tendo papel relevante nas Forças Armadas Revolucionárias e na União de Jovens Comunistas de Cuba, e em 1978 foi selecionado para representar o povo cubano na missão Soyuz 38, do programa espacial Intercosmos, promovido pela URSS, que levou cosmonautas de diversas nacionalidades ao espaço pela primeira vez. Partiu em setembro de 1980, ao lado do cosmonauta soviético Yuri Romanenko, do Cosmódromo de Baikonur, atual Cazaquistão. Ao deixar a atmosfera da Terra, Arnaldo Tamayo tornou-se não apenas o primeiro latino-americano a ir ao espaço, como também o primeiro negro. Mais um feito do socialismo! Foram sete dias em órbita, em que foram realizados experimentos científicos sobre os efeitos da Gravidade Zero no corpo humano e, simbolicamente, o crescimento de leveduras no espaço (as leveduras são essenciais na fermentação do açúcar, artigo importante para a economia socialista de Cuba). Além disso, foram levados ao espaço nesta missão: um busto do Comandante Che Guevara, placas com os nomes de Marx, Engels e Lenin, uma maquete do Iate Granma, textos e poemas do revolucionário cubano José Martí.

A missão Soyuz 38 serve de inspiração ao povo negro e latino-americano, mostrando que só o socialismo pôde levar uma nação como Cuba, colonizada e empobrecida pelo imperialismo, a ocupar o espaço com o orgulho de ter vencido a fome, o analfabetismo e a falta de moradia. Hoje, bilionários como Elon Musk e Jeff Bezos veem o espaço como a última fronteira do capital, para explorarem comercialmente, e fugirem quando a destruição dos ecossistemas da Terra atingir um ponto crítico. Mas o camarada Arnaldo Tamayo Méndez nos ensina o oposto! Lá de cima, Tamayo viu a Terra como ela realmente é: sem fronteiras e sem donos. Sigamos na luta pelo socialismo, para que um dia a humanidade possa se orgulhar de visitar o espaço sabendo que nenhuma criança aqui precisa dormir na rua, e as que dormirem é porque querem olhar as estrelas!

 

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