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sábado, 25 de outubro de 2025

Congresso estudantil da UFRJ aponta caminho de luta em defesa da educação pública

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2º Congresso Estudantil da UFRJ reafirmou compromisso com a luta em defesa da universidade pública e de enfrentamento ao fascismo.

Giovanna Almeida | Rio de Janeiro


JUVENTUDE – Nos dias 27 e 28 de setembro, dezenas de estudantes participaram do 2º Congresso Estudantil da UFRJ, no Fundão, que reuniu delegados eleitos em nos cursos da universidade. O Movimento correnteza reuniu a maior bancada de delegados, correspondente a 60% dos presentes. O encontro foi marcado por intensos debates políticos e pela reafirmação da necessidade de organizar a juventude contra os ataques à educação pública e aos direitos do povo.

A abertura do Congresso chegou a ser adiada após uma operação policial no Complexo da Maré, que fica ao lado da Cidade Universitária, o que evidenciou mais uma vez a violência do Estado contra a população pobre e trabalhadora. Além da UFRJ, dezenas de escolas e uma clínica da família tiveram suas atividades afetadas por mais uma operação militar do Estado. Por isso, uma das primeiras resoluções aprovadas foi o repúdio à política de segurança fascista do governador Cláudio Castro, responsável pelo extermínio da juventude negra e periférica no Rio. 

O encontro também aprovou moções de solidariedade ao povo palestino, que sofre com com o genocídio promovida por Israel com apoio dos EUA  e de repúdio à desocupação violenta da ocupação “Luísa Mahin – Palestina Livre”, realizada pela Prefeitura do Rio em conluio com o governo estadual. “A luta por moradia digna é parte da luta por um Brasil mais justo”, afirmou Maria Paes, diretora de comunicação do DCE. 

Debates e homenagens

Ao longo de dois dias, os Grupos de Trabalho e painéis discutiram temas como: o orçamento da UFRJ e da assistência estudantil, a resistência ao sucateamento e à privatização da educação, o combate ao fascismo, ao racismo e ao machismo, além da solidariedade internacionalista. Também esteve em pauta a democratização da universidade e a construção de um movimento estudantil mais enraizado no cotidiano dos cursos.

Um dos momentos mais emocionantes foi o ato político em homenagem aos 95 anos do DCE da UFRJ e aos 80 anos de seu patrono, Mário Prata, símbolo da luta estudantil e popular. O Congresso também lembrou os estudantes Welferson, Leandro e Ana Letícia, que perderam a vida a caminho do 60º Congresso da UNE, reafirmando sua memória como inspiração de coragem e dedicação.

Novo Estatuto e teses aprovadas

Entre as resoluções, o Congresso aprovou um novo Estatuto do DCE, considerado um passo fundamental para fortalecer uma atuação mais democrática, transparente e ligada às bases. 

Também foram aprovadas as teses de conjuntura e de movimento estudantil, que expressam o rumo político defendido pela juventude da UFRJ. Para Isadora Camargo, coordenadora-geral do DCE, essa definição sintetiza o espírito do encontro:

“Não temos tempo a perder. O mesmo capitalismo que destrói a Palestina é o que aqui promove o genocídio do povo negro, dos povos indígenas e da juventude periférica. O mesmo imperialismo que massacra os povos no mundo, é o que impede que o orçamento do país seja destinado à educação. A única saída é enfrentar os interesses dos grandes capitalistas com a força organizada dos estudantes e do povo, ocupando as universidades e as ruas para garantir educação, vida digna, justiça social e soberania para o Brasil”, afirmou.

Na mesma linha, Henderson Ramon, também coordenador-geral do DCE, destacou o papel histórico e atual do movimento estudantil:

“O DCE Mário Prata completa 95 anos de rebeldia e conquistas, mas nossa tarefa hoje é enraizar ainda mais essa luta no cotidiano. Não podemos aceitar um movimento estudantil que se resuma a acordos de bastidor ou disputas artificiais. Precisamos de independência política, democracia interna e organização de base, para fazer da UFRJ um exemplo nacional de resistência contra os cortes, contra o arcabouço fiscal e pela construção de uma universidade popular e de um Brasil socialista”, afirmou.

O Congresso definiu ainda uma agenda de mobilização para os próximos meses, com destaque para:

  • Campanha Palestina Livre, com dia de mobilização na UFRJ,  ato de rua e acompanhamento. 
  • Passe Livre já, em defesa do bilhete único intermunicipal e intermodal;
  • Mais verba pra UFRJ, contra o arcabouço fiscal e pelo aumento das bolsas de assistência estudantil;
  • Protocolos de segurança e emergências climáticas, para proteger a comunidade universitária em dias de operações policiais ou tragédias ambientais;
  • TRANSformar a UFRJ, campanha pela aprovação imediata das cotas trans, além da construção de encontros de cotistas e LGBTIA+.

Só a luta muda a vida 

O balanço final do Congresso apontou que “não existe outro caminho além da luta organizada”. Para os estudantes, apenas a mobilização coletiva será capaz de enfrentar a violência nas ruas e nas universidades, garantir orçamento para a educação, combater o fascismo e conquistar uma vida digna para o povo brasileiro.

O movimento correnteza convocou todos os estudantes a se somarem às mobilizações e campanhas de luta, fortalecendo nossa unidade e resistência. Juntos, vamos transformar a realidade e conquistar uma educação pública de qualidade para toda a juventude.

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