UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

domingo, 5 de outubro de 2025

É urgente ampliar a rede de proteção para as mulheres paraibanas

Leia também

A Paraíba conta com apenas 21 delegacias especializadas espalhadas por 223 municípios do estado, e apenas duas funcionam 24 horas. A precarização das políticas de combate à violência resulta no aumento da violência e casos de feminicídio na Paraíba escancara o quanto é urgente termos uma verdadeira política de combate ao feminicídio e toda violência de gênero.  
Redação Paraíba

MULHERES- Micilene Gomes, de 26 anos, moradora do bairro Valentina, em João Pessoa, foi assassinada na frente dos filhos por seu ex-marido com mais de cem golpes de faca. Ana Kelly Oliveira, de 32 anos, mãe de cinco filhos, foi morta no interior da Paraíba, também por seu ex-marido. Os dois casos aconteceram na mesma semana, no mês de setembro, e demonstram o cenário de violência que vivem as mulheres paraibanas. Já são mais de 20 feminicídios registrados apenas neste ano; o número registrado no primeiro semestre foi o segundo maior da última década. Eles ocorreram em dezoito cidades do estado, das quais somente seis possuem DEAMs (Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher).
A Paraíba conta com apenas 21 delegacias especializadas espalhadas por 223 municípios do estado, e fica pior: apenas duas funcionam 24 horas. Esse cenário se repete quando falamos de outros equipamentos, como a Patrulha Maria da Penha. No ano passado, o governador João Azevêdo, do PSB, anunciou com muito entusiasmo que a nova base da patrulha em Guarabira atenderia mais 28 municípios da região. A realidade é que apenas quatro municípios (Cajazeiras, João Pessoa, Campina Grande e Guarabira) possuem esse equipamento. Também é insuficiente a quantidade de casas abrigo ou de passagem.
Além disso, a subnotificação dos casos e a defasagem na divulgação dos dados impedem um diagnóstico completo. Esse é o reflexo da política de Estado burguesa que tem como prioridade garantir a riqueza dos empresários e não se importa com a vida das mulheres, principalmente, das pobres, trabalhadoras e negras.

Mulheres lutam por mais políticas de combate à violência

Por tudo isso, o Movimento de Mulheres Olga Benario e a Unidade Popular iniciaram uma campanha de abaixo-assinado pela ampliação das DEAMs e pela vida das mulheres. Já foram coletadas mais de mil assinaturas em universidades, manifestações, feiras e locais de trabalho. Em uma das atividades realizadas no Terminal da Lagoa, em João Pessoa, a população demonstrou muito apoio e até fez fila para assinar o abaixo-assinado, principalmente mulheres, que se aproximavam para conversar e relatar casos de violência doméstica e a importância dos equipamentos públicos para garantir a nossa segurança e as nossas vidas.
A iniciativa aconteceu após a leitura da matéria do jornal A Verdade, em homenagem à companheira Gabriela Mariel Silvério, que destacou seu papel na luta pela delegacia 24 horas de Mauá. A partir daí, várias mulheres têm se somado à construção da campanha, como é o caso de May Chapier, estudante da UEPB, que avalia: “É importantíssimo que as mulheres estejam unidas, porque ainda há muita desigualdade de classe e territorial. Existem cidades sem delegacias especializadas no atendimento à mulher e, mesmo na capital, há bairros com índices mais altos de violência em que o atendimento é inexistente ou precário, sem delegacias específicas ou casas de acolhimento para mulheres em situação de violência doméstica.”
É urgente fortalecer as políticas de combate à violência de gênero e a defesa dos direitos das mulheres trabalhadoras. Se organize no Movimento de Mulheres Olga Benario para lutar por uma sociedade mais justa. Justiça por Micilene e Ana Kelly!

More articles

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Últimos artigos