Estudantes da Grande BH enfrentam cortes na educação e falta de alimentação adequada nas escolas públicas, reflexo do sucateamento do ensino.
José Leandro, Isabela Puff e Laura Pedrosa | Sabará – MG
Já pensou em ter que escolher entre ir para a escola ou se alimentar? Pois é, essa é a realidade de alguns estudantes de instituições federais e estaduais. As condições precárias das escolas afetam os alunos de diversas formas: falta de materiais impacta a aprendizagem e a falta de alimentação básica faz com que muitas vezes os estudantes passem o dia sem comer direito. Os sucessivos ataques e cortes na verba para a educação, tanto federal quanto estadual, são os principais culpados por essa insegurança alimentar.
Cortes e ataques à educação pública
No Brasil, especialmente no âmbito estadual, o baixo orçamento e os cortes prejudicam e deterioram cada vez mais as condições das escolas, que em muitos casos já são precárias. O descaso governamental é explícito: em 2024, foi anunciado que um pacote de corte de gastos retiraria 42,3 bilhões do orçamento da educação pelos próximos cinco anos. Esses cortes, que demonstram a tentativa de sucateamento da educação pública, não são as únicas dificuldades enfrentadas pelos estudantes.
Em Minas, a educação tem sido atacada com projetos que visam à militarização, privatização ou terceirização das escolas públicas, que têm resistido com bravura. É necessário o apoio da comunidade escolar nessa luta: caso contrário, a educação pública será vendida a empresários com falsos pretextos, como acontece no projeto SOMAR do governo Zema. Nesse contexto, os estudantes não podem parar de lutar e fortalecer os movimentos estudantis!
Também nas federais, a educação é atacada pela ganância de empresários que buscam aniquilar o ensino público. O Decreto nº 12.448, publicado pelo governo Lula em 30/04, impôs contingenciamento superior a 30% no orçamento das Instituições Federais de Ensino, suspendendo atividades em universidades e institutos já precarizados e sem garantir alimentação aos estudantes. Nos IFs da região metropolitana, muitos não têm sequer bandejão. Isso obriga milhares a escolher entre gastar cerca de R$20 para almoçar ou pagar as caras passagens de volta para casa — um retrato do sucateamento no ensino federal.
A luta estudantil na Grande BH
Nos CEFETs, os estudantes lutam pela redução dos preços, oferta de café da manhã e, até, para pagar via Pix. Mesmo assim, os valores só aumentam. Em 2023, o preço do restaurante passou de R$1,50 para R$3,20, um crescimento de 113%. Agora, enfrentam novo aumento para R$3,90, em um bandejão cuja qualidade se deteriora, havendo relatos até de larvas na comida.
Contudo, a luta dos estudantes unidos é soberana diante dos ataques à educação. A pressão de discentes, professores e técnicos derrubou o Decreto nº 12.448. Na AMES-BH — entidade representativa dos secundaristas de Belo Horizonte e região metropolitana — temos voz para dizer o óbvio: NÃO DÁ PARA ESTUDAR COM FOME! Contra os cortes, por mais verba na educação, bandejões e cantinas de qualidade, por uma escola de verdade: vem com a AMES-BH!