Às vésperas de completar dois anos, o genocídio do povo palestino por Israel ganha cada vez mais o repúdio dos povos do mundo. No Brasil, o crescimento deste movimento tem se tornado cada vez mais evidente, com a ampliação de manifestações de rua, vigílias e ocupações que denunciam a agressão sionista.
Felipe Annunziata | Redação
INTERNACIONAL – Às vésperas de completar dois anos, o genocídio do povo palestino por Israel ganha cada vez mais o repúdio dos povos do mundo. No Brasil, o crescimento deste movimento tem se tornado cada vez mais evidente, com a ampliação de manifestações de rua, vigílias e ocupações que denunciam a agressão sionista.
Desde de outubro de 2023, organizações políticas de esquerda e movimentos sociais tem atuado com uma campanha sistemática de denúncia do genocídio em Gaza. Todo o sofrimento, a fome, as torturas, os assassinatos em massa, a dor das crianças, dos idosos, das mulheres é visto por cada vez mais pessoas no mundo, em especial no Brasil.
Os efeitos dessa campanha já registramos na edição passada de A Verdade, onde reportamos a pesquisa Quaest que indica que 50% da população tem uma visão negativa do regime de Israel. Mas o que temos visto nos últimos meses também é a manifestação dessa indignação em ações práticas.
Em julho e agosto, uma série de vigílias organizadas por vários movimentos sociais e partidos políticos, como a Unidade Popular (UP), mobilizaram milhares de pessoas pelo país. Em São Paulo, a vigília reuniu mais de mil pessoas por 24 horas seguidas em frente à Secretaria da Presidência na capital paulista. No Rio de Janeiro, centenas de pessoas ocuparam a praça em frente ao Consulado dos EUA. Junto com a vigília do Rio, realizada no dia 19 de agosto, ocorreram combativos atos políticos nos consulados de Porto Alegre e Recife, além da embaixada estadunidense em Brasília.
Nas escolas e universidades, a juventude tem realizado debates e denúncias das relações das instituições de ensino com o regime sionista. No movimento operário, crescem as denúncias sobre as exportações brasileiras para Israel. Isso, inclusive, forçou o governo brasileiro a zerar as exportações oficiais de petróleo bruto da Petrobras em 2025 para a máquina de guerra sionista. Apesar disso, continuam as operações casadas de reexportação (quando o Brasil exporta para um terceiro país para depois enviar o produto para Israel).
Mobilização mundial
Em mais um grande ato de solidariedade, o mundo registrou manifestações com milhões de trabalhadores. De Auckland, na Nova Zelândia, a Nova Délhi, na Índia, de Berlim, na Alemanha, a São Paulo, os povos do mundo se levantaram no último dia 13 de setembro para denunciar o genocídio e exigir a libertação definitiva do povo palestino. Importante registrar que nestes países (Brasil, índia e Alemanha) a propaganda e as relações dos governos locais com o regime sionista são muito fortes e há tentativas de censura e repressão a qualquer grupo que defenda mais abertamente a causa palestina.
Só no Brasil, 13 cidades registraram atos em apoio ao povo palestino. Em São Paulo, a maior mobilização reuniu quase 10 mil pessoas. A convocação da mobilização foi feita também em solidariedade à Flotilha Global Sumud, que reúne centenas de militantes e ativistas para tentar romper o bloqueio que Israel impõe a Gaza para levar ajuda humanitária aos palestinos. A Flotilha hoje é composta por cerca de 50 embarcações que tentarão conjuntamente furar o bloqueio, partiu na tarde do dia 13/09, do porto de Bizerta, no Norte da Tunísia.
General reconhece 200 mil mortos e feridos
Enquanto a pressão mundial se amplia, o ditador Benjamin Netanyahu e seus cúmplices nazi-sionistas continuam a campanha de ampliar a guerra para todo o Oriente Médio. O alvo da vez foi o Qatar. No dia 9 de setembro, Israel atacou, com mísseis e aviões, residências de lideranças da resistência palestina em Doha, capital do país. O ataque deixou seis pessoas assassinadas, incluindo o filho de um dos negociadores palestinos que estava no país em busca de um acordo de cessar-fogo.
Em mais uma revelação da amplitude do genocídio, o ex-comandante do Exército israelense, general Herzi Halevi, reconheceu que há pelo menos 200 mil mortos ou feridos no genocídio de Gaza, mesmo número divulgado pelas autoridades palestinas.
Defendendo o genocídio, ele afirmou: “Nunca ninguém me restringiu. Nenhuma vez”. Fica provado, novamente, que a intenção de Israel é exterminar completamente o povo palestino e, por isso, é necessária toda ação para parar esta situação, como defendeu recentemente o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, ao anunciar que pedirá uma intervenção militar armada por parte da ONU.
Em Gaza, os ataques genocidas continuam. Quase um mês depois de ter anunciado que ocuparia a Cidade de Gaza, principal município da faixa de mesmo nome, Israel ainda não conseguiu consolidar seu controle militar, mas iniciou uma campanha de demolição dos poucos prédios que ainda restavam de pé.
“Onde está o mundo?! Onde estão os países árabes? Olhem para nós, olhem para o que está acontecendo conosco, ó Deus! Estamos sendo exterminados aqui! Estamos morrendo! Deus, o que fizemos de errado? Somos crianças!”, afirmou um menino palestino vítima de um ataque israelense em Gaza em vídeo divulgado pela Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal).