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sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Trabalhadores da Petrobrás lutam contra privatização da PBIO

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Em Fortaleza, o aniversário de 72 anos do sistema Petrobrás é marcado pela continuidade das privatizações e a resistência dos trabalhadores da empresa, que paralisaram por duas horas o funcionamento da Lubnor, na capital cearense.

Lucas Monte | Fortaleza (CE)


No dia 03/10 a Petrobrás completou 72 anos e, infelizmente, trabalhadores do sistema Petrobrás não tiveram muito tempo para confraternização. Pelo contrário, foram às ruas em defesa da Petrobrás e denunciando a tentativa de privatização da Petrobrás Biocombustíveis (PBio), mais um ataque que a empresa sofre desde sua fundação. Durante duas horas, dezenas de trabalhadores paralisaram a LUBNOR (Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste), em Fortaleza.

Não é de hoje que a burguesia tenta se apossar ao máximo de toda a produção tecnológica e científica produzida na Petrobrás. O alvo desta vez é a PBio, subsidiária responsável pela produção, atividade logística e comercialização de biocombustíveis em nosso país; conta com 130 trabalhadores concursados e experientes no segmento de energias renováveis. 

A PBio é uma empresa estratégica para garantir a transição energética justa em nosso país, além de permitir o avanço do conhecimento científico para uma sociedade que precisa reduzir a queima de petróleo no mundo. Por conta disso, os capitalistas ficam mais uma vez eufóricos com a possibilidade de ter em suas mãos um trunfo para suas disputas interimperialistas.

Ainda em 2016, o Governo Dilma (PT), iniciou o processo de venda das ações da PBio na Usina Guarani, hoje totalmente pertencente ao grupo francês, e anunciou um plano de desenvestimento no setor. Plano este intensificado por Michel Temer (MDB) e Bolsonaro (PL). Este plano de desenvestimento levou ao fechamento da usina localizada em Quixadá/CE, mantendo apenas o funcionamento mínimo, deslocando trabalhadores para outras regiões e reduzindo o vínculo de produção com as comunidades locais.

Agora está em curso a venda total das usinas da PBio e com capitalistas já fazendo visitas para iniciar a disputa de compra. Ora, se a burguesia quer tomar o controle destas usinas, é porque sabe que terá controle estratégico na produção energética. Como um governo que tem tomado para si a defesa da soberania nacional coloca à venda uma empresa tão importante? A resposta é clara: é preciso pagar a conta do lobby eleitoral da democracia burguesa.

Este processo de privatização tem sido colocado em prática pela Diretoria de Transição Energética, agindo contra os próprios objetivos sociais da Petrobrás e colocando diversos trabalhadores na incerteza. A única certeza que a privatização tem para os trabalhadores é a retirada de direitos e a insegurança laboral. 

É por isso que trabalhadores do sistema Petrobrás, mais uma vez, realizam a denúncia de um ataque contra os interesses da população. Ataque esse que beneficiará apenas os patrões, enquanto trabalhadores perdem seus direitos e consumidores pagarão mais caro em combustíveis e materiais provenientes de biocombustíveis. Por isso tudo, precisamos nos somar a esta luta contra a privatização e defender uma Petrobrás para os interesses da classe trabalhadora e só assim seremos capazes de dizer que somos soberanos.

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