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quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Greve dos servidores em Campina Grande (PB) denuncia descaso com a saúde

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Apesar do caos na saúde pública em Campina Grande, Paraíba, o governo local prefere atacar os servidores e o sindicato da  categoria, que dando exemplo de luta e combatividade, organizou uma greve histórica na região. 

Redação Paraíba


 

ENTREVISTA- Como foi denunciado pelo Jornal A Verdade em outubro, a saúde da cidade de Campina Grande na Paraíba enfrenta, já a um ano, atrasos de salários dos servidores e contratados, falta de materiais de trabalho, insumos e medicamentos. No último dia 13/11 o Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste da Borborema (SINTAB) deflagrou greve em 16 categorias de trabalhadores da saúde e realizou uma manifestação no centro da cidade pelo pagamento dos salários atrasados. A militância da Unidade Popular esteve presente e entrevistou Franklin Barbosa de Brito, presidente do SINTAB.

O que motivou a decisão da greve, que foi aceita por ampla maioria da assembleia?

 Nós temos aqui em Campina Grande uma crise sem precedentes da saúde: servidores e a população não aguentam mais tanto sofrimento. Os Servidores não têm mais um calendário de pagamento e todos os meses vivem a incerteza em relação a seus salários, se vão receber ou não. Além disso, a população tem muita dificuldade de acesso ao básico. Nas unidades de saúde falta quase tudo, faltam insumos, faltam instrumentos de trabalho, falta material de expediente, falta remédio. A população é testemunha, não preciso convencer ninguém disso, a população sabe disso.

E o pior de tudo é que o prefeito tem ignorado essa situação. Ele sequer explica o que está acontecendo, não justifica nada, ele sumiu e é como se Campina Grande não tivesse prefeito. É como se ele tivesse desistido de governar a cidade, estivesse como Prefeito só pro status, só pra ser chamado de prefeito. Se ele não tem condições de governar a cidade, se chegou numa situação de governabilidade, por ingerência, por incapacidade de gestão então que ele renuncie e o próximo possa sentar com a gente e resolver os problemas da saúde de Campina Grande

Jornal A Verdade – A greve foi deflagrada às 10h, às 11h a justiça declarou ela ilegal a pedido da Prefeitura. A Prefeitura teve a mesma agilidade para resolver os problemas dos trabalhadores?

 A justiça sendo sempre injusta. A justiça não ouviu os trabalhadores para poder tomar uma decisão. Nem terminamos o ato e a justiça tinha declarado ilegalidade. Não deu nem tempo de concluir uma única atividade: a greve começou e antes do fim do primeiro ato a justiça declara ilegalidade. Mas não vamos desistir da luta, a luta dos trabalhadores é permanente e continuaremos convocando. Já temos outra assembleia na segunda e os servidores vão decidir o que querem que a gente faça, qual luta querem que a gente encaminha pra garantir o direito dos trabalhadores.

Vale destacar que, poucos dias antes da greve, os médicos do Hospital Dom Pedro I haviam declarado paralisação motivada pelo não pagamento dos salários. Porém, eles são trabalhadores contratados via CNPJ (pejotizados) e, após serem ameaçados pela Prefeitura, tiveram que encerrar o movimento para não serem demitidos.

A saúde pública de Campina Grande está sendo propositadamente sucateada para justificar o avanço da privatização desse setor na cidade. A Prefeitura da cidade cumpre o papel de defensora dos interesses dos grandes empresários da saúde e se dedica a destruir o sistema de saúde pública da cidade. Só a luta dos trabalhadores pode garantir dignidade para os servidores e para a população!

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