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sábado, 22 de novembro de 2025

Trabalhadores do Mix Mateus Santo Amaro denunciam exploração

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Trabalhadores do Mix Mateus Santo Amaro, em Recife, enfrentam uma rotina de exaustão marcada pela escala 6×1, desvio de função, sobrecarga de trabalho e falta de estrutura básica de descanso.

Jesse Lisboa e Evelyn Dionízio | Redação PE


TRABALHADOR UNIDO – Na escala 6×1 o trabalhador cumpre seis dias seguidos de trabalho e descansa apenas um. Esse modelo de jornada de trabalho é hoje o mais comum entre os setores de serviço e comércio. Após a aprovação da Reforma Trabalhista do governo golpista do Michel Temer (MDB), a jornada de trabalho aumentou significativamente, levando, principalmente os terceirizados, a trabalharem mais de 48 horas por semana.

Com isso, sobra menos tempo de descanso, ainda mais quando se trabalha 6 dias por semana. Desgaste físico, psicológico, acidentes e afastamentos em consequência dessa sobrecarga são a realidade da maioria dos trabalhadores dessa escala. As mulheres, em especial, têm uma carga de trabalho ainda maior. Segundo o IBGE, a média de trabalho das mulheres é, em média, uma jornada total de mais de 55 horas semanais.

Essa escala é desumana e relega os trabalhadores à exaustão e a extensas jornadas de trabalho por apenas um salário mínimo que não fornece o necessário para sua sobrevivência e de sua família. O Mix Mateus Santo Amaro, localizado na Avenida Cruz Cabugá, no Centro do Recife, faz parte de um Grupo que lucra bilhões de reais para encher os bolsos dos donos e acionistas, enquanto os empregados são esmagados por jornadas abusivas, desvio de função e perseguição em apenas 2 anos desde a inauguração.

O desvio de função é prática recorrente no local. Isso faz com que os trabalhadores que foram contratados para uma função, sejam designados para outras sem receber por isso. Operador de caixa, por exemplo, se torna estoquista. Em alguns casos, além de Equipamentos de Proteção Individual, o trabalhador com esse cargo tem direito ao adicional de insalubridade. Com o desvio de função, não há controle e o direito não é garantido.

Além disso, o acesso ao refeitório é limitado e controlado. Isso faz com que o trabalhador tenha que se privar do acesso ao benefício básico que é o horário de almoço, jantar e até mesmo café da manhã. O espaço de descanso é inexistente. Os trabalhadores têm que passar o horário do intervalo na área externa do mercado, muitas vezes passando pelo calor extremo do Recife.

No fim, não tem garantia de estabilidade no emprego ou perspectiva de melhoria. No ano de 2026 estão previstas demissões em massa, com a fusão com o Novo Atacarejo. Essa fusão dos supermercados não visa melhorar o atendimento ou baixar preços, mas sim fortalecer um monopólio regional. O objetivo central é eliminar a concorrência para ditar as regras do mercado e, acima de tudo, maximizar os lucros dos acionistas às custas do suor dos trabalhadores.

Para barrar essa exploração, o caminho é a luta e a organização em um movimento que luta para elevar a consciência dos trabalhadores para derrubar a escala 6×1, denunciar o capitalismo e propagar o socialismo. O Movimento Luta de Classes, movimento combativo, faz parte do movimento operário capaz de mobilizar o conjunto da classe trabalhadora para a mudança real da precarização em que vivem.

Elaborar um plano de lutas coletivo e desenvolver a linha política é fundamental para que os núcleos tenham vida orgânica e ativa nas lutas diárias para uma mudança real na sociedade. Assim, será capaz de mostrar que é possível não só derrubar a 6×1, mas também o sistema capitalista, responsável pelos baixos salários, exploração desenfreada e pelo adoecimento do nosso povo.

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