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segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

Distrito Federal tem a maior desigualdade de renda do Brasil

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Enquanto grande parte dos trabalhadores do DF precisa se virar com menos de dois salários mínimos, gestão de Ibaneis Rocha acentua desigualdades e concentra riqueza na mão daqueles que já são ricos.

Vítor Ventura- DF


Divulgada no início de dezembro, a pesquisa Síntese de Indicadores Sociais (SIS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou o resultado de um governo voltado para os interesses dos empresários e não do povo como o de Ibaneis Rocha: o Distrito Federal é a unidade da federação com a maior desigualdade de renda do Brasil.

O levantamento, com dados referentes a 2024, mostrou que o DF registrou o maior Índice de Gini (0,547) da distribuição do rendimento domiciliar per capita da Região Centro-Oeste. Isso significa, na prática, uma alta desigualdade de renda. Quanto mais próximo de 1, mais desigual é a região analisada. A título de comparação, o Índice de Gini do Centro-Oeste foi de 0,485.

Além disso, 15,3% da população da capital federal, cerca de 431 mil pessoas, têm rendimentos abaixo da linha da pobreza. Os dados comprovam a realidade que a classe trabalhadora do DF enfrenta todos os dias, na qual poucos ganham muito enquanto muitos ganham pouco. Ao mesmo tempo em que é visto um aumento da desigualdade de renda na capital do Brasil, aqueles que ganham pouco continuam trabalhando muito, seja em empregos na escala 6×1 ou em cargos PJ precarizados sob a falácia do “empreendedorismo”, que na prática retira direitos trabalhistas.

Somado a essa questão, a pesquisa do IBGE revelou outro problema estrutural vivido diariamente no DF: a taxa de desocupação da população de cor ou raça preta ou parda foi maior do que a da população de cor ou raça branca. Esses números, em 2024, foram 10,7% para pretos ou pardos contra 7,8% para brancos.

O levantamento observou ainda uma clara disparidade de rendas ao se comparar brancos com pretos ou pardos. Entre os 10% com menores rendimentos no DF, constavam 27,0% de brancos e 71,6% de pretos ou pardos. Por outro lado, ao se considerar os 10% com maiores rendimentos, a situação se inverteu: 66,0% eram brancos e 33,4% eram pretos ou pardos. Essa concentração de renda também foi observada nos anos anteriores, segundo o IBGE.

As desigualdades não param por aí. Como de costume no sistema capitalista, as dificuldades para as mulheres também foram acentuadas. Em 2024, assim como nos outros anos da pesquisa, a desigualdade no mercado de trabalho também se apresentou nas taxas de desocupação por sexo. Para as mulheres a taxa foi estimada em 12,0%, enquanto para os homens, 7,8%.

A população ocupada de homens declarados brancos ganhava (R$ 7.757), em média, 2,4 vezes mais que a população de mulheres declaradas pretas ou pardas (R$ 3.170). Os resultados indicam uma desigualdade estrutural, uma vez que esses diferenciais foram encontrados em todos os anos da série, de 2012 a 2024.

O projeto deste governo do DF é continuar fazendo com que os ricos fiquem mais ricos enquanto a maioria vive de migalhas. Os números do IBGE deixam bem claro que a desigualdade tem aumentado a cada ano, e não será diferente no ano que vem porque essa é a lógica que impera no sistema capitalista. Para que o lucro da burguesia continue aumentando, o sofrimento da classe trabalhadora, com salários de miséria e jornadas exaustivas, precisa crescer também.

Somente quem pode frear esse projeto promovido por políticos e empresários são os trabalhadores e as trabalhadoras organizados e mobilizados não só no combate à desigualdade, mas a todas as mazelas que não serão superadas até que o capitalismo seja superado e uma nova sociedade, a socialista, seja instaurada.

 

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