O Grêmio Estudantil Emmanuel Bezerra (GEEB-IVP) do Instituto Vivaldo Pereira enfrentou uma ofensiva autoritária da gestão, que negou uma sala ao grêmio e suspendeu suas atividades após um protesto pacífico. A direção tentou silenciar e intimidar os estudantes, que denunciaram as ilegalidades e enfrentaram hostilidades na escola. No entanto, a luta do GEEB-IVP conquistou a sala, e a gestão teve que emitir uma nota pública reconhecendo a legitimidade do grêmio.
Coordenação Estadual da UJR | Currais Novos (RN)
JUVENTUDE – O Grêmio Estudantil Emmanuel Bezerra (GEEB-IVP), do Instituto Vivaldo
Pereira, tem sido alvo de uma ofensiva autoritária por parte da gestão escolar desde que os
estudantes passaram a reivindicar um direito básico: o direito a uma sala para funcionar.
Mesmo com diversas salas vazias e desativadas no prédio da escola, a direção se negou
repetidas vezes a garantir um espaço, dificultando reuniões, projetos e toda a atividade
organizativa do grêmio — que foi fundado em 23 de outubro de 2025 e teve sua diretoria
eleita democraticamente no dia 30 do mesmo mês.
Diante da intransigência da gestão e sem qualquer justificativa plausível, os estudantes
realizaram um ato totalmente pacífico, colando cartazes nas paredes da escola para
reivindicar aquilo que qualquer entidade estudantil precisa para existir: condições mínimas
de trabalho. As colagens aconteceram no mesmo dia das eleições escolares, e os
estudantes também utilizaram frases como “Sem sala, sem voto”, denunciando a postura
antidemocrática da direção, que afirma que “todas as salas serão usadas no próximo ano”.
A resposta da gestão? Ainda mais autoritarismo.
Sem diálogo, sem notificação e sem direito de defesa — garantido pela Constituição
Federal — a direção suspendeu as atividades do GEEB-IVP, numa clara tentativa de
intimidação e silenciamento político.
Negado o direito de ser ouvido pela própria escola, o grêmio realizou aquilo que gestores
autoritários temem: não se calou. A presidência do GEEB-IVP protocolou um robusto
documento de defesa na 9ª DIREC, denunciando todas as irregularidades, ilegalidades e
arbitrariedades da suspensão.
Perseguição ao movimento estudantil
Após a publicação da nota de repúdio no Instagram do grêmio e do vídeo mostrando a
entrega da defesa à 9ª DIREC, estudantes, e até ex-estudantes claramente manipulados
pela gestão passaram a hostilizar e provocar membros do grêmio. Cartazes provocativos
foram espalhados na escola, buscando constranger e isolar aqueles que ousaram enfrentar
a direção. A gestão, que deveria zelar pelo ambiente escolar, mantém silêncio cúmplice
diante das agressões — como se não fosse responsável por criar o clima de intimidação
que dominou o IVP.
A situação lembra — e muito — os métodos da ditadura militar fascista, quando direções
escolares alinhadas ao regime reprimia violentamente o movimento estudantil para impedir
que a juventude se organizasse, reivindicasse direitos e questionasse as autoridades. Hoje,
a violência não vem com cassetetes, mas com perseguição política, chantagem,
manipulação de estudantes e tentativas de destruir a organização democrática construída
pela juventude.
O que aconteceu no Instituto Vivaldo Pereira não é um caso isolado: é parte de uma
tendência nacional de ataques à participação estudantil, justamente num momento em que
a juventude volta a se levantar, a se organizar e a enfrentar velhas estruturas de poder
dentro das escolas.
Após uma mobilização junto aos estudantes, denunciando a perseguição e autoritarismo da
gestão em denúncia na 9° DIREC, a gestão da escola foi obrigada a admitir a legitimidade
do grêmio e emitiu uma nota reconhecendo a existência da entidade, além de disponibilizar
uma sala ao grêmio, que será inaugurada neste final de ano. Essa conquista mostra que
cada passo autoritário da direção só reforça a necessidade de um grêmio forte, combativo e
independente, honrando o nome de Emmanuel Bezerra — jovem potiguar sequestrado,
torturado e assassinado pela ditadura.