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sábado, 23 de novembro de 2024

A Escola Sem Partido

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MENos últimos anos, vários escândalos de corrupção vieram à tona, além das velhas promessas feitas nas eleições e que nunca saem do papel. Neste período, a ala mais conservadora da política brasileira se aproveitou dessa situação para aprovar projetos como a Redução da Maioridade Penal, a Lei Antiterrorismo e recentemente  a lançou a proposta da “ Escola Sem Partido ”.

Esses setores mais atrasados não concordam que a escola precisa ser um espaço democrático, não concordam com a livre organização de todos os setores que compõem a comunidade escolar. O Projeto “Escola Sem Partido”, que recebeu recentemente a simpatia do governo ilegítimo de Michel Temer, e do seu Ministro da Educação, Mendonça Filho, significa um grande retrocesso na política educacional de nosso país. A educação é um espaço de formar jovens críticos e conscientes e não robotizados. O Projeto “Escola Sem Partido” é uma iniciativa de censurar e perseguir à liberdade de expressão dentro do ambiente escolar, amplamente garantida pela Constituição Brasileira após o fim da Ditadura Militar. Vivenciamos um momento de pura crise de representatividade política em nosso país, em que a juventude e a classe trabalhadora não se sentem representados pela velha política dos partidos tradicionais brasileiros no Parlamento burguês.

A “Escola Sem Partido” também tem o objetivo de perseguir os grêmios e entidades estudantis, criminalizando e desrespeitando o corajoso movimento estudantil secundarista, que recentemente tem ocupado escolas de todo o Brasil e vem ganhando a opinião pública sobre o real problema da escola, o sucateamento e o descaso. O projeto quer impedir de forma ultraconservadora o debate plural sobre temas cruciais como a história, a política, os direitos humanos e o combate às opressões, buscando impedir o exercício de uma pedagogia que possibilite a autonomia dos estudantes e a transformação da sociedade.

A “Escola Sem Partido” é a escola de apenas um partido, de apenas um lado (o mais conservador de todos), buscando enterrar a diversidade de pensamento natural na busca de conhecimentos e transformando o processo educacional em instrumento de opressão e de censura. Aqueles que defendem a “Escola Sem Partido” talvez não conheçam a força do movimento estudantil. Os estudantes têm opinião e defendem, acima de tudo, a democracia e a liberdade. Por isso, seguiremos nas escolas e nas ruas denunciando o caráter autoritário deste projeto e lutando por uma escola livre e crítica. Não à “Escola Sem Partido” e sim à Escola crítica e livre!

Felipe Barros, militante da UJR Caruaru e presidente da Uesc

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