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sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Adeus, comandante! Até a vitória. Sempre!

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Fidel Castro morreu! Quantas vezes essa notícia foi falsamente divulgada por órgãos de imprensa, especialmente dos Estados Unidos, como expressão do desejo da grande burguesia. Fidel sobreviveu a centenas de tentativas de assassinato das mais diversas formas, desafiou a morte muitas vezes, ficando na linha de frente durante as batalhas de Sierra Maestra, contra a vontade dos companheiros que queriam preservar a vida do comandante. Quem ansiavam pela morte de Fidel, ocorrida no último dia 25 de novembro, aos 90 anos, eram os opressores e os iludidos com o canto da sereia de um sistema, o capitalismo, que está levando a humanidade à ruína.

Entretanto, homens como Fidel Castro não morrem. Desaparecem fisicamente, mas vivem eternamente por suas ideias, pelo seu exemplo, pelo resultado de suas ações. No caso, proporcionar que uma pequena ilha, que os Estados Unidos consideravam seu quintal, dobrasse o gigante imperialista que, literalmente, postou-se de joelhos na Baía dos Porcos, em 1961, quando tentava destruir o jovem regime que acabava de derrubar a ditadura de Fulgêncio Batista e começava a nacionalizar as empresas estrangeiras que serviam de canal para sugar as riquezas da nação.

Com efeito, após vários anos de lutas de massas nas cidades e da luta guerrilheira em Sierra Maestra, triunfou, em 1º de janeiro de 1959, a Revolução Cubana. Cuba, situada a apenas noventa milhas do imperialismo estadunidense, provou ao mundo que um povo unido e dirigido por uma vanguarda pode vencer exércitos mais fortes e governos de países todo-poderosos.

Com a Revolução, Cuba viu realizada a tão sonhada reforma agrária, o analfabetismo foi erradicado, a saúde e a educação tiveram um impressionante desenvolvimento, deixando de ser privilégio de poucos e passando a ser exemplo para países de todo o mundo. Mas o povo desse pequeno país ainda teve forças para impulsionar e se solidarizar com outros povos em luta na África e na América Latina. À frente de todo esse processo revolucionário, estavam Che Guevara, Camilo Cienfuegos, Raúl Castro, Juan Almeida, Frank País, e, principalmente, o comandante Fidel Castro, que, até o último dos seus dias, empregou todas as forças para construir uma Cuba revolucionária e um mundo sem crianças famintas e sem injustiças.

Homem de fé, de coragem, de determinação, e um estrategista de primeira grandeza, como descreve Ernesto Guevara de La Serna, o Che: “Fidel me impressionou como um homem extraordinário. Ele enfrentou e superou as coisas mais impossíveis. Ele tinha uma fé excepcional de que, uma vez que partisse para Cuba, chegaria. Que uma vez que tivesse chegado, lutaria. E que, lutando, venceria. Eu compartilhei desse entusiasmo…”. Na sua carta de despedida, quando deixava Cuba para lutar pela libertação da América Latina, o guerrilheiro heroico afirmou para Fidel: “Vivi dias magníficos ao seu lado, senti o orgulho de pertencer ao nosso povo nos dias brilhantes, embora tristes, da crise caribenha. Raramente um diplomata foi mais brilhante que você naqueles dias… Carrego para novas frentes de batalha a fé que você me ensinou, o espírito revolucionário do meu povo. Se minha hora final me encontrar debaixo de outros céus, meu pensamento será para o povo e especialmente para você…”.

Nunca a humanidade esquecerá que Cuba foi o primeiro país latino-americano a acabar com o analfabetismo, no ano de 1961, quando milhares de professores e voluntários foram para o campo armados de livros, cartilhas e lápis para ensinar os camponeses a ler. Que a saúde e a educação passaram a ser prioridade. Que os latifúndios foram desapropriados e se realizou uma reforma agrária de verdade, a começar pelas fazendas da família do próprio Fidel, pois a justiça se começa de casa. Sua irmã Juanita nunca o perdoou por isso, vive nos Estados Unidos, trabalhou para a CIA e informou à imprensa que não iria ao sepultamento do irmão. Não fará falta, pois, para o comandante, sua família era – e é – o povo cubano.

Como esquecer a solidariedade desinteressada, sem moeda de troca, apenas movida por profundos sentimentos de amor, que levou Cuba (e continua levando) a enviar tropas, médicos ou professores, conforme a necessidade do país irmão da África ou da América Latina? “Nosso amor não é amor de mercado, esse amor tão sagrado não se tem pra trocar” (Silvio Rodriguez). Quem abrigou, salvando suas vidas, centenas de militantes perseguidos pelas ditaduras militares do Brasil, da Argentina, do Uruguai e do Chile?

Falando na festa dos 90 anos de Fidel, organizada pelo Centro de Cultura Popular Manoel Lisboa, no Recife, em 13 de agosto do corrente ano, Laura Pujol, cônsul-geral de Cuba para o Nordeste, com sede na Bahia, disse: “Sempre que me perguntam o que será de Cuba após a morte de Fidel, respondo que o povo cubano não tem essa preocupação. Sentirá muita tristeza quando ocorrer o falecimento do comandante, mas a continuidade da nação soberana, popular, a busca da justiça não sofrerá nenhum abalo porque eu sou Fidel, minha família é Fidel, todo o povo cubano é Fidel”.

Fidel Castro morreu?! Viva Fidel Castro!

Da Redação

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