Entre os dias 14 e 18 de agosto, aconteceu o VII Encontro Nacional de Residências em Saúde, no Centro de convenções de Olinda (PE). O evento, que ocorre anualmente, reuniu mais de 800 profissionais de saúde que fazem especialização no programa de residência em todo o país, preceptores, tutores e coordenadores.
Com o tema “Refletindo o hoje e construindo o amanhã: a organização das residências em saúde na defesa do SUS e da democracia”, o encontro foi palco de debates sobre as estratégias de defesa do SUS na atual conjuntura, aprendizados dos trabalhadores com o cotidiano dos serviços de saúde, a importância do controle social, o adoecimento físico e psíquico dos profissionais de saúde em geral e dos residentes em saúde, que entre outros motivos está relacionado às 60 horas semanais trabalhadas por esses profissionais.
Outra questão bastante abordada pelos participantes foi o retrocesso que tem sido enfrentado na saúde do país. Além do sucateamento, que faz parte da realidade do SUS desde o seu início, as propostas do governo golpista de Temer pioram a situação: o corte maior na verba destinada à saúde, através da EC 95/2016; a revisão da Política Nacional de Atenção Básica (Pnab), que desfigura a chamada assistência primária retirando a necessidade dos agentes comunitários de saúde e limitando as estratégias de promoção à saúde; e a criação de um plano de saúde popular, numa clara tentativa de privatizar de vez o SUS.
O encontro aprovou na sua plenária final a proposta de redução da carga horária de 60 para 44 horas semanais para os residentes em saúde. Mas essa proposta só será realidade com a luta e articulação política. Saímos do encontro fortalecidos e convencidos de continuar fazendo a defesa da saúde pública, de qualidade e para todos!
Tainan Amaral, psicóloga residente de saúde da família e militante do Movimento Luta de Classes