Os estudantes de Geografia da Universidade Estadual de Feira de Santana, na Bahia, Carla Katielly Oliveira e Irivanderson dos Santos Nascimento, tiveram artigo aprovado no 9º Congresso Internacional de Geografia da América Latina, que acontecerá em Toledo, Espanha, entre 12 e 15 de setembro deste ano.
O artigo, intitulado “Formação territorial brasileira: do achamento oficial à sociedade capitalista”, apresenta outra face da história por meio de documentos oficiais como a Bula inter Coetera, o tratado de Tordesilhas, a Carta de Pero Vaz de Caminha e mapas pertencentes aos navegantes, além da obra de José de Alencar Iracema.
A partir da análise desses documentos, percebe-se que o “achamento” do Brasil, assim como seu domínio, foi premeditado pela coroa portuguesa. O domínio através da língua e da Igreja, o mito da miscigenação e da nação são elementos abordados e problematizados desde o “achamento” ao processo de exploração dos africanos e de “embranquecimento” da população brasileira para instauração do modo de produção capitalista.
Neste sentido, ocorre a desconstrução da ideia de abolição fruto somente dos movimentos abolicionistas, mas também da pressão por parte da economia mundial para adesão ao modo de produção capitalista. A literatura instrumentaliza a discussão sobre a imagem que se apresenta do Brasil. O romance Iracema serve de aporte por apresentar o Brasil idealizando o homem europeu como a civilização, enquanto os povos que aqui estavam eram os selvagens. A literatura indianista não discorre sobre os negros vindos da África enquanto construtores da nação, além de trazer o mito da miscigenação, desconsiderando o abuso sexual das mulheres.
Os ideais construídos e reproduzidos na sociedade atual surgem de um processo histórico e também se desenvolvem nos espaços de educação. Logo, trabalhos que venham desconstruir conceitos implementados pelo dominante são de grande relevância na construção de uma educação revolucionária.
Redação Feira de Santana (BA)
