Prefeitura de Campos dos Goytacazes libera igrejas em plena crise da covid

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AGLOMERAÇÃO. Reabrir igrejas e templos religiosos aumentará risco de contaminação (Foto: Reprodução)

O prefeito Wladimir Garotinho (PSD), ao permitir aglomerações nas igrejas, faz uma grave concessão à chamada “bancada da bíblia”, mesmo que isso signifique mais vidas sendo colocadas em risco. 

Isabela Moraes
Campos dos Goytacazes (RJ)


BRASIL – Em Campos dos Goytacazes, no interior do Rio de Janeiro, desde o dia 15 de março, os templos religiosos estão liberados para realizar cultos com até 20% de lotação e com medidas de distanciamento social. A proposta foi feita pelo vereador Anderson de Matos (Republicanos), ligado à Igreja Universal. A cidade tem atualmente 100% dos leitos de UTI ocupados e mais de 20 pacientes na fila de espera. Apesar disso, a decisão do vereadores segue valendo. 

Mesmo que as autoridades científicas estejam afirmando há meses que as medidas de isolamento social são a melhor chance que temos contra o coronavírus, enquanto a vacina não atinge larga escala, medidas como essa apenas servem para dificultar o combate à pandemia. 

A verdade é que o vírus não escolhe onde vai atacar. Ele contamina nas escolas, nas academias de ginástica e até mesmo onde os fiéis vão orar e mentalizar por dias melhores sem a doença. 

O prefeito Wladimir Garotinho (PSD), ao permitir aglomerações nas igrejas, faz uma grave concessão à chamada “bancada da bíblia”, mesmo que isso signifique mais vidas sendo colocadas em risco. 

Essa bancada domina hoje cerca de 38% da Câmara dos Deputados e são base de apoio do governo Bolsonaro. Vale lembrar que esse governo se nega a dar auxílio emergencial de R$600 até o final da pandemia e deixa o povo cada vez mais pobre, sem alimento, sem emprego, como inúmeras vezes já foi denunciado pelo jornal A Verdade.

Por isso, neste momento, o que deve ser feito na cidade para reduzir os números de casos e mortes pela Covid-19 é o lockdown, incluindo a revogação do decreto que permite a abertura das igrejas. 

Diversas lideranças religiosas da cidade já se posicionaram contra a medida, entendendo que no momento as orações e encontros podem ser realizados de outras formas. Para eles, a igreja de Deus será encontrada nas ações de solidariedade, nos agentes de saúde atuando na linha de frente e com o povo respeitando medidas que são cientificamente comprovadas contra o coronavírus.