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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Municipalização para solucionar o caos do transporte de Teresina

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Alexandre Ferreira


Trabalhadores rodoviários de Teresina realizam greve de 34 dias. Foto: A Verdade

PIAUÍ – Trabalhadores rodoviários e população de Teresina vivem uma situação insuportável. Há meses, os trabalhadores estão recebendo de forma irregular, entre R$ 300 e R$ 500 por mês, ou seja, menos da metade de um salário-mínimo, sem ticket-alimentação e plano de saúde. Para piorar, era para receberem seu reduzido salário no dia 05 de fevereiro e, até o final de março, na quase totalidade não receberam um centavo. Isso mesmo: estão há mais de dois meses sem receber, apesar de terem trabalhado duro na pandemia. Até a convenção coletiva os empresários não querem assinar.

A resposta dos empresários é propor que, para regularizar a situação, é preciso ter uma passagem de R$ 5,05, demitir 50% dos cobradores, tirar o direito da meia passagem de todos os estudantes de escolas particulares, tirar também a meia passagem para todos no final de semana e não se comprometem a pagar integralmente os salários, ticket e plano de saúde. Só querem mais lucros e nada para a população.

Para enfrentar essa situação, foi decretada greve no dia 08 de fevereiro. Após 35 dias, em reunião com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no dia 15 de março, sindicato de trabalhadores e patronal aprovaram a suspensão da greve por 90 dias com pagamento do mês de janeiro. Mesmo assim, as empresas, de forma irresponsável, não pagaram os trabalhadores e estes voltaram a decretar greve. A categoria vem passando por uma situação de fome e a população está sem ônibus.

Se é para a Prefeitura pagar milhões de reais anualmente aos empresários e, mesmo assim, a população arcar com uma passagem com valores abusivos, trabalhadores ficarem sem receber salários e seus direitos, a solução seria a municipalização do transporte coletivo. Já basta de aceitar todos os desmandos dos empresários que só veem números e jogam os trabalhadores para uma situação de miséria, ao mesmo tempo em que a população fica sem locomoção e convivendo com um transporte que é um verdadeiro caos.

Com a municipalização, o recurso da passagem será gerido por um órgão da Prefeitura e, junto com estes milhões que já são disponibilizados todos os anos para custear as empresas, o transporte público na capital piauiense poderá ser organizado de fato.

É urgente resolvermos o caos que o transporte coletivo em Teresina passa, fortalecer a luta pela municipalização do transporte público e garantir os direitos dos trabalhadores do setor.

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