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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Eduardo Leite põe lucro acima da vida de estudantes e trabalhadores da educação

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Estudantes lutam contra a volta às aulas presenciais sem segurança sanitária

Não é de hoje que o governador do estado do Rio Grande Sul (Eduardo Leite – PSDB) vem atacando a educação no RS. Leite é do mesmo partido de Yeda Crusius, famosa pelas “escolas de lata” durante os anos 2000, governo que promoveu diversas obras extremamente demoradas que serviram para enriquecer os donos de empreiteiras e colocou milhares de estudantes das escolas estaduais a estudarem em contêineres. PSDB é o partido de José Serra, Aécio Neves, FHC e cia. Partido liberal e corrupto que visa a privatização e entrega do patrimônio público por “mixaria” para os grandes empresários do Brasil e do exterior. 

Mas a investida do Eduardo Leite durante a pandemia vem se tornando cada vez mais cara de pau. 

Com o apoio das grandes redes de comunicação do Rio Grande do Sul, vem fazendo uma ampla campanha publicitária, falsa e hipócrita, que no até fim do ano passado colocou o estado como exemplo de controle da covid-19, com seu “distanciamento controlado” e “sistemas de bandeiras” anticientífico que muda de cor conforme a vontade dos burgueses de cada região do estado.

Nesse sentido, Eduardo Leite vem desde o ano passado fazendo várias tentativas de voltar às aulas de forma presencial no estado, em alguns momentos conseguiu que voltasse às aulas nas escolas de educação infantil, nas escolas privadas e algumas escolas públicas de diferentes regiões do estado, como na serra, no ano passado.

Fato é que o Rio Grande do Sul vive o pior momento da pandemia desde o seu começo. Passam das 24 mil mortes por Covid e se aproxima dos 950 mil casos confirmados no estado e no Brasil já são 400 mil mortos. Fato também é que vivemos uma crise econômica, falta trabalho, renda e os governos negam um auxílio emergencial aos mais pobres, que coloca milhões de famílias em situação de insegurança alimentar, a fome. 

O governo Eduardo Leite usa da situação de desespero de pais e mães que precisam urgentemente sair de casa e deixar seus filhos em algum lugar de segurança, para conseguir renda para não morrer de fome, pagar as contas, enfim, sobreviver, para promover sua política de lucro acima da vida. Eduardo Leite falsamente promove de forma indireta (ou diretamente) campanhas como “Lugar de Criança é na escola” em que os donos das grandes empresas de educação no estado (escolas privadas, redes de creche e educação infantil) querem que rapidamente volte às aulas nesses lugares para que se mantenham os seus “clientes” e seus lucros. E usam hipocritamente os argumentos de que a criança não está se desenvolvendo, está triste, chateada, deprimida etc.

Em meio a isso, a classe trabalhadora sofre com a divulgação do calendário de abertura da escola pública, que acontecerá nos próximos dias, já que as escolas não têm estrutura o suficiente para receber os estudantes, professores e funcionários nem em momentos sem pandemia: das 2.410 escolas da rede estadual de educação, somente 26,2% fornecem água potável e 328 sequer possuem banheiro em suas dependências.

Educadores lutam por mais investimentos no plano da categoria; novembro 2019 (Foto: Reprodução)

A burguesia quer a volta das aulas presenciais não porque a acredita que a educação é essencial para a vida do povo e quer que os jovens e as crianças se desenvolvam e que deixem de estar deprimidos. Querem a abertura  das escolas para manter a produção capitalista a todo vapor. É preciso manter a formação da nova geração de trabalhadores e trabalhadoras, custe o que custar (nesse caso a vida de professores, estudantes, funcionários da escola, mães, pais, etc). Se quisessem que a juventude tivesse acesso à educação já teriam a muito tempo revogado a Emenda Constitucional 95, que proíbe o investimento em educação em pelo menos 20 anos. Se Eduardo Leite quisesse a volta das aulas presenciais para melhorar a qualidade em educação, teria cobrado as dívidas milionárias de grandes empresas (50  empresas devem 8,7 bilhões de reais ao estado) e investido nos salários da categoria dos educadores, na estrutura das escolas etc. Teria cobrado e denunciado a omissão do governo Bolsonaro em meio ao descaso da pandemia e a recusa na compra de vacinas. 

Por isso, é necessário que nós estudantes e os setores da educação nos unamos em defesa da escola pública, de vacina para todos já e auxílio emergencial digno. E contra o retorno às aulas presenciais, nossas vidas valem mais.

*Militante da UJR e Diretor Regional da FENET

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