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segunda-feira, 26 de agosto de 2024

A importância dos núcleos de base do Movimento de Mulheres Olga Benário

A prática comprova: é nas reuniões dos núcleos que as mulheres se formam politicamente, constroem vínculos e formulam as demandas de seu território. Vitórias do movimento são construídas nas reuniões regulares de base

Andressa Ribeiro* | Porto Alegre (RS)


Os núcleos de base do Movimento de Mulheres Olga Benario são fundamentais para a formação das nossas militantes e para a definição das lutas do nosso movimento. Nesses núcleos, estudamos a teoria feminista marxista e compreendemos que as opressões que as mulheres enfrentam diariamente são fruto do patriarcado e do capitalismo. É também nos núcleos que definimos quais as lutas que cada bairro ou cidade necessitam no momento: mais vagas em creches, Casas de Referência da Mulher, mais políticas públicas para as mulheres, etc.

As reuniões devem ser realizadas, no máximo, quinzenalmente, de acordo com a necessidade de cada núcleo, e devem acontecer independentemente do número de participantes. Se o núcleo for composto por duas ou dez mulheres, a reunião deve ser mantida. A regularidade das reuniões fortalece as companheiras e demonstra a seriedade do nosso trabalho.

Um exemplo disso é o Núcleo da Cefer, na periferia de Porto Alegre (RS). Esse núcleo manteve a sua regularidade por muitos meses, mesmo com a presença de apenas duas ou três companheiras. Pode parecer pouco, mas é nesses encontros que as mulheres trabalhadoras têm a oportunidade de estudar sobre suas condições, compartilhar suas angústias e debater soluções para problemas individuais e coletivos.

Através desse núcleo, o movimento construiu vínculos importantes com a comunidade, o que foi crucial durante as enchentes de maio de 2024, que devastaram o Rio Grande do Sul. Criamos um abrigo exclusivo para mulheres vítimas das enchentes, após denúncias de assédio e estupro em abrigos mistos do Estado. Além disso, formamos um núcleo dentro do abrigo para fortalecer politicamente as mulheres que perderam suas casas, pois sabemos que essas enchentes foram resultado de uma política criminosa de precarização do sistema de contenção e da falta de planejamento urbano. Organizamos essas mulheres no Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) para lutarem por moradia digna.

Após o fechamento do abrigo, novos núcleos foram criados, expandindo nossa atuação política e prática por toda a cidade. Por isso, devemos valorizar nossas reuniões de base, manter sua regularidade com uma disciplina revolucionária e sempre planejarmos com tempo e dedicação os estudos e pautas para avançarmos cada vez mais a consciência das nossas camaradas, chegarmos em mais mulheres e, assim, acabar com esse sistema de miséria que massacra nossas vidas, construindo a sociedade socialista.

*Andressa Ribeiro é da coordenação do Movimento de Mulheres Olga Benário no Rio Grande do Sul

Matéria publicada na edição nº 297 do jornal A Verdade

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