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quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Manifestações e greves em Israel escancaram crise do regime sionista

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A despeito da grande violência que promove em Gaza, na Cisjordânia e no Líbano, Israel não tem uma situação segura. Greve geral do dia 2 de setembro e manifestações semanais de centenas de milhares de pessoas contra o governo Netanyahu demonstram fragilidade das posições do sionismo

Redação


Após o Exército israelense encontrar mortos seis prisioneiros israelenses capturados no ataque do Hamas de 07 de outubro do ano passado, a população de Israel iniciou uma onda de greves e manifestações. Os corpos foram encontrados no início do mês, em Gaza, e, após o anúncio pelo governo, uma manifestação com 500 mil pessoas tomou as ruas de Tel Aviv, capital de Israel, no dia 1º de setembro. No dia seguinte, uma greve geral paralisou aeroportos, transportes e outros serviços públicos.

Nas manifestações, as pessoas pediam o retorno vivo dos prisioneiros civis israelenses que estão sob custódia dos grupos da resistência palestina na Faixa de Gaza. Mas a principal questão levantada pelos atos é a crise de legitimidade do governo do fascista Benjamin Netanyahu.

Ao contrário do que aconteceu no início do conflito, há um ano, os partidos e organizações sionistas (que apoiam o regime colonial de Israel na Palestina) estão divididos quanto à continuidade do massacre em Gaza. A manutenção de prisioneiros pelas forças da resistência palestina aumenta ainda mais essa divisão. Nos protestos deste mês, os israelenses passaram a defender, inclusive, o cessar-fogo.

Para ampliar esse cenário de tensão dentro do regime sionista, Israel está cada vez mais isolado no mundo. Durante as Olimpíadas e Paralimpíadas de Paris, a delegação israelense foi alvo de vaias, enquanto a delegação palestina foi uma das mais ovacionadas pelo público.

Essas demonstrações de apoio internacional continuam ocorrendo todas as semanas nos EUA, Europa, Japão e diversos do Oriente Médio e Ásia. Mesmo com todo o genocídio, que já matou ou feriu mais de 100 mil palestinos em Gaza (sem contar as vítimas das doenças e fome causadas pelo cerco militar), os povos do mundo continuam a lutar do lado palestino.

Luta palestina pode derrotar o sionismo

O fato é que os crimes de guerra cometidos pelo Estado de Israel não são uma demonstração de força, mas sim da crise profunda pela qual o regime sionista passa neste momento.

O sionismo é a ideologia racista que rege as leis e o sistema político de Israel. Essa ideologia defende que os judeus têm direito a um Estado próprio à custa da expulsão dos palestinos de suas terras. Além disso, o sionismo é responsável por aplicar um sistema de segregação racial entre judeus e árabes dentro de Israel, considerando os árabes cidadãos de segunda classe, com a maioria sem direito a sair de suas cidades ou mesmo de votar nas eleições.

Esse sistema que Israel vive é a raiz do conflito pela libertação da Palestina, que já dura oito décadas. Tantos anos de guerra e de massacres contra os palestinos envenenou a sociedade israelense ao ponto de hoje todos os partidos sionistas de Israel defenderem abertamente, sem reservas, o massacre em Gaza. Por outro lado, há milhares de judeus e árabes cidadãos de Israel que lutam contra esta ideologia.

Apesar do forte caráter nacionalista dos atos organizados no início de setembro, o fato de eles pedirem o cessar-fogo e a queda do governo Netanyahu mostra uma crise política que se aprofunda no seio do regime israelense. Tudo isso prova, mais uma vez, que a luta justa dos palestinos pela sua libertação e a construção do seu Estado nacional poderá levar também à libertação do povo de Israel do domínio da ideologia racista do sionismo.

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